A queima do Judas aconteceu

A tradição manteve-se, uma vez mais o Judas foi queimado. A União de Freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior, Monserrate) e Meadela, numa reedição que já tem longos anos, no sábado de aleluia, dia 08, voltou a queimar aquele que é visto como um traidor de Jesus Cristo e um pecador abastado.

O cortejo, animado por um grupo de bombos, iniciou-se às 11 horas, a partir do Largo da Estação, percorrendo depois várias artérias da cidade e, como habitualmente, desembocou na Ribeira, onde se seguiu a leitura do testamento e se procedeu ao ato fatal do Judas condenado, para gáudio dos populares que, com curiosidade, fazem sempre questão de participar em número avantajado.

O Judas lá se queimou e o testamento lido perante todos fica para a história de Viana como mais um repositório de queixas e críticas aos tempos presentes. Em 2024, promessa da entidade promotora, o Judas não se livrará de nova queima. Para que conste, ficam duas objetivas quadras do testamento. Peço-lhe senhor juiz/antes de condenar/que pondere no que eu fiz/não fui o único a errar.  

Sim, eu traí Jesus Cristo/com tudo o que se escreveu/mas repare o Senhor nisto/há padres piores do que eu.

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