A morte chegou, negra, ao chão desses montes.
A vida que dantes neles fervilhou,
Jaz, agora, em cinzas, entre sopros quentes
E loucos gemidos, que o vento deixou.
Montes de outras eras, templos de harmonia,
Vestidos de verde e de cores bravias,
Hoje, estão de lutos, em dor e agonia
Envoltos em fumo e sombras esguias.
Daqueles penedos a apontarem o céu
Onde as aves iam poisar, destemidas,
Em fungos bordados como rendas de véu,
Lágrimas escorrem, densas, incontidas.
Um suspiro débil, longínquo, distante
Ouve-se em surdina, gemendo, a chorar.
É a natureza a morrer, nesse instante.
… … … … … … …
Somente as cascatas teimam em cantar!
Sara Mota
(Foto: “Awakened Forest Project”)