Alda Lário, presidente da Direção do Grupo de Danças e Cantares

Alda Clementina Barros Lário, de 42 anos, natural de Vila Fria, assistente técnica no serviço de ortopedia da Unidade de Saúde do Alto Minho presidente da Direção do Grupo de Danças e Cantares de Vila Fria (GDCVF) nessa qualidade concedeu-nos uma entrevista em que abordamos diversos temas da vida do Grupo:

Alda, com que idade começou a gostar de música?

A música sempre esteve presente na minha vida. Desde pequenina que me deslumbrava ver e ouvir grupos folclóricos. Com nove anos frequentei a escola de música na Casa do Povo de Mazarefes, mas por motivos familiares tive de sair.

Além do Grupo que atualmente preside, fez parte de outro Rancho Folclórico?

Aos 14 anos ingressei num outro grupo folclórico, que foi criado, nesse ano, na freguesia de Vila Fria.

Foi o primeiro rancho em que participou?

Sim e nele participei até 2018.

Tiveram muitas atuações? Alguma no estrangeiro? 

Sim houve anos com muitas atuações. Quanto a atuações no estrangeiro houve uma em Paris.

Passando agora ao DCVF, como surgiu a ideia de constituírem um novo grupo dedicado ao folclore?

Em fevereiro de 2018, 27 elementos que faziam parte do outro rancho folclórico existente em Vila Fria, abandonaram por estarem em desacordo com a gestão levada a cabo pela sua proprietária. Na semana seguinte a este abandono, todos estes elementos reuniram e elaboraram um documento a pedir uma assembleia geral numa tentativa de regresso, pedindo nesse documento, a realização de eleições, para assim ser criada e formalizada uma direção, que não existia.  Não obtivemos resposta a este pedido, só uma convocatória de uma advogada para reunião e esclarecimento de dúvidas. Chegados a este ponto decidimos fundar um Grupo novo, uma vez que tínhamos quem cantasse, tocasse e dançasse. Para a aquisição dos trajes, visto ser um grande investimento, contamos com o apoio do Sr. António Guimarães, proprietário da Quinta da Malafaia, que nos concedeu um empréstimo que foi pago com atuações durante o ano de 2018. Este grupo deve a sua rápida criação, pela rapidez com que foi possível adquirir os trajes necessários, ao gesto de confiança, de colaboração e de amizade do Sr. António Guimarães e nunca será esquecido.

Temos a perceção que o Grupo é muito coeso, sempre pronto a colaborar nas iniciativas da nossa freguesia. 

Sim o grupo é muito coeso, sempre com ideias novas no intuito de divulgar a nossa freguesia, sempre pronto a ajudar outras associações e a Junta de Freguesia. 

A pandemia teve muitos efeitos nefastos para a dinâmica do Grupo?

A pandemia apenas nos afastou fisicamente, porque mantivemos sempre contacto e mesmo em casa realizamos diversas atividades. Podem ser vistos os vídeos publicados na nossa página do Facebook e no nosso canal de Youtube, destaco o vídeo promocional do grupo e da freguesia publicado em setembro de 2020.

Sendo uma associação muito nova, quer destacar as participações mais importantes do Grupo.

Em 2018 e 2019 atuamos no programa “Somos Portugal”, da TVI. Em novembro de 2020 e transmitido em janeiro de 2021 atuamos no programa “O Preço Certo”, da RTP. Em abril de 2021 apresentamos os nossos trajes “ricos” e atuamos no programa a “A Praça da Alegria”, também da RTP e destaco ainda a organização do nosso primeiro festival de folclore em 2019, em Vila Fria.

Sabemos que o Grupo é apartidário e como tal atuam sempre que são convidados?

Sim, somos um grupo apartidário. O que nos move é a chieira que sentimos em representar a nossa freguesia e a nossa cidade quando convidados a participar nesse tipo de eventos. Já atuamos duas vezes, na Quinta da Malafaia, para o Partido Social Democrata e recebemos no Teatro Sá de Miranda, o Partido Socialista.

Sabemos que atuaram na Quinta da Malafaia numa iniciativa em que esteve presente Pinto da Costa, presidente do Futebol Clube do Porto. 

Sim e tal como no caso dos partidos não olhamos a clubismos, como imaginam nem todos os nossos elementos são simpatizantes do FC Porto. Essa atuação aconteceu em agosto de 2019, na Quinta da Malafaia, pelo aniversário do Futebol Clube do Porto. 

Que esperam para o futuro?

Neste momento, poder recomeçar em pleno as nossas atividades.

Sendo uma Associação, quantos sócios? Têm de pagar alguma quota? 

Neste momento contamos com 215 sócios, de referir que temos dois tipos de associados os sócios beneméritos que são os elementos do grupo e isentos de quota e sócios efetivos que são todos os que queiram fazer parte desta associação e que tem uma quota anual. O valor dessa quota, dos sócios efetivos é de cinco euros.  

Aceitam qualquer sócio?

Sim aceitamos e todos são bem-vindos. 

Sabemos que ensaiam no edifício da sede da Junta de Freguesia de Vila Fria, onde têm a sede, pensam arranjar um local mais apropriado?

Sim ensaiamos no salão nobre da sede da Junta de Freguesia, também ela nossa sede, e que tem excelentes condições para o efeito, já que é amplo e tem um palco que podemos utilizar. Não obstante das condições que temos gostávamos de poder ter um espaço nosso e nesse sentido, em maio de 2021, fizemos um pedido à Junta de Freguesia, de duas salas na antiga Escola Primária. O parecer até agora é favorável, estando o Executivo a aguardar a devolução do edifício por parte da Câmara Municipal.

Seria muito interessante recolherem muito vestuário do tempo dos nossos avós para um futuro museu, nomeadamente alfaias agrícolas e muitos outros que entraram em desuso?

A intenção das duas salas na antiga Escola Primária é fazer de uma delas um Museu e sala de reuniões, que nos possibilitaria receber objetos e peças antigas que as pessoas não sabem o que lhe fazer, expondo-as ou mesmo serem utilizadas pelos elementos do grupo em atuações.

Para finalizar esta entrevista tem algo que queira partilhar?

Este Grupo não existiria sem o empenho, colaboração, amizade de todos os seus componentes, obrigada por estarem sempre com a direção do GDCVF. Agradeço em meu nome particular e em nome de todos os componentes do grupo ao executivo da União de Freguesia de Mazarefes e Vila Fria, pela relação cordial que sempre mantemos e pela confiança, que sempre demonstra em nós, para representar a nossa freguesia, e ainda por ter acreditado que seriamos capazes de formar e levar a bom caminho uma associação que se preza por cumprir a lei. Ao António Guimarães – Proprietário da Quinta da Malafaia pelo apoio, paciência e amizade. Ao Domingos Meira, residente em Vila Fria, grande conhecedor de folclore que nos ajudou na criação de novas danças e aperfeiçoar as existentes. Ao fotógrafo Ricardo Pimenta que compartilha as nossas ideias e com o seu trabalho ajuda-nos a divulgar o nosso Grupo. Ao fotógrafo Manuel da Costa, emigrante em França, que se ofereceu para fotografar o Grupo.  E ao staff da Quinta da Malafaia por toda a ajuda durante as atuações.  

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