No passado dia 08 de junho, a população de Subportela voltou a sentir o cheiro nauseabundo vindo da DS Smith. Embora as mudanças climáticas tragam a cada passo o cheiro característico da fábrica de papel instalada nesta união de freguesias desde 1974, data do início de laboração, a intensidade do cheiro sentida no dia 08 levou a que muitos populares recorressem a queixas junto da GNR do Ambiente e aos diversos comentários nas redes sociais muito habituais nestas situações. Contactada a administração, que se mostrou muito solícita, foi explicado que tal problema, que cada vez tem acontecido menos, surgiu após uma avaria de uma linha de produção que obrigou o transvase da matéria-prima provocando a fuga de gases e do cheiro que se fez sentir. Foi explicado que para além do cheiro não existe qualquer perigosidade dado a baixa concentração dos gases.
A administração da empresa DS Smith lamenta profundamente o acontecimento e afirma estar a trabalhar para que acontecimentos semelhantes não voltem a acontecer.
As queixas ambientais da parte da população de Subportela para com a Portucel, nome pela qual ainda hoje é conhecida, são antigos e fizeram por diversas vezes escorrer tinta na comunicação social. Se a libertação de cheiros e cinzas tem diminuído drasticamente, assim como muita da água utilizada que era solta para o rio Lima e para a ribeira de Subportela, causando diversos estragos nas culturas agrícolas, que secavam quando era utilizada as águas dessa ribeira, as queixas mais ousadas começaram em 2003 por intermédio do então autarca da freguesia: Ilídio Rego, que por diversas vezes comunicou o descontentamento da população devido à instalação da nova máquina de papel que iria trazer complicações ambientais para esta freguesia.
Em junho de 2007, a junta de freguesia ameaçava com o Ministério Público e o Ministério do Ambiente, devido ao aterro de escórias que já teria uma altura superior a 20 metros e que as escorrências iriam todas parar à ribeira de Subportela. No mesmo ano em setembro, por altura da paragem para manutenção da fábrica, o cheiro sentido foi tão intenso que as crianças da escola de Subportela chegaram a sentir-se mal. Outra das queixas da população seria o ruído que se fazia sentir principalmente durante a noite.
Felizmente, e tal como a atual administração nos informou, tais acontecimentos estão praticamente eliminados e somente um incidente como o acontecido no dia 08, poderá trazer à lembrança tempos idos.
Os problemas ambientais em Subportela não são somente estes, também como em muitas outras freguesias, diversos problemas se mantêm ou aumentam. Embora Subportela tenha uma rede de ecopontos e contentores considerável, o facto é que a população, seja de Subportela ou quem passa, continua a colocar o lixo fora dos contentores ou mesmo depositando-o em matas e junto à margem do rio Lima.
A larga plantação de eucaliptos, de forma legal ou ilegal, em terrenos antes agrícolas ou eliminando árvores autóctones para a sua plantação, o grande crescimento de invasoras que se faz ainda sentir nas matas em detrimento de outras, são, naturalmente, problemas ambientais que se mantêm em Subportela. Mas estes problemas continuam. Se a limpeza das matas já de si, dado ser em período de nidificação de aves é um crime. O mesmo podemos dizer da persistência das autoridades em não limpar os caminhos que serviriam para apoiar essa limpeza e ajudar na luta de possíveis incêndios, visto estes caminhos estarem completamente fechados pelas acácias e giestas e que serão pasto fácil caso algum acidente aconteça.
Também o depósito de lixo de obras sem qualquer tratamento, em caminhos e junto do rio Lima é uma constante, exemplo grande desta situação é o depósito de terra e pedras no sítio do Viso entrando no leito da ribeira do Penegudo, perdendo-se completamente a visibilidade da ribeira.
Nem tudo são más notícias, nos últimos tempos, a junta de freguesia, em conjunto com alguns populares, tem conseguido eliminar diversos focos de lixeiras ao ar livre ocupando esse espaço com a plantação de árvores. Está lançada também à população a informação para o apoio na recolha de monos por parte da Junta de Freguesia. Fica nas mãos da população de Subportela a melhoria do ambiente desta terra.