O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta terça-feira que apresentou a demissão do cargo na sequência da abertura de um inquérito, pelo Supremo Tribunal de Justiça, à sua conduta nos negócios do lítio e hidrogénio verde.
António Costa garantia dedicação “de alma e coração a servir os portugueses” e que “estava disposto” a cumprir o mandato “até ao termo desta legislatura”.
“Fui hoje surpreendido com a informação oficialmente confirmada de que já foi ou irá ser instaurado um processo-crime contra mim”, diz António Costa, assegurando: “obviamente estou totalmente disponível para colaborar com a justiça”.
Aos portugueses, o primeiro-ministro garante que não lhe pesa na consciência “a prática de qualquer ato ilícito ou sequer censurável” e que confia na justiça “e no seu funcionamento”.
“Neste momento, permitam-me agradecer em primeiro lugar aos portugueses pela confiança que em mim depositaram ao longo destes anos e pela oportunidade que me deram para liderar o país”, frisa.
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, já oi constituído arguido pelo Ministério Público num inquérito relacionado com os negócios do lítio e hidrogénio verde, a par do presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta.
De acordo com a PGR, estarão em causa os crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência.
A investigação visa as concessões de exploração de lítio nas minas do Romano (Montalegre) e do Barroso (Boticas), um projeto de central de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines e o projeto de construção de “data center” desenvolvido na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade “Start Campus”.