Autarcas e empresários portugueses e galegos voltaram a pedir reabertura das fronteiras

A ponte internacional de Monção e Salvaterra do Miño voltou a ser palco de um pedido de SOS dos autarcas e empresários das duas margens do rio Minho.

O autarca monçanense disse que o “território está a definhar com apenas um ponto de passagem na região”. António Barbosa explicava que “esta situação está a aniquilar uma economia local com grande dependência da ponte e da circulação de pessoas nos dois sentidos”.

“Por esta rua passam cerca de 10 mil viaturas ligeiras por dia. É o quarto ponto de passagem entre os dois países. Neste momento, não pedimos muito mais do que sobreviver. Deixem-nos sobreviver com os nossos negócios, com as nossas famílias”, acentuava.

Na ação participaram ainda dois empresários, um português e um galego, que falaram das dificuldades sentidas.

Uma cabeleireira da Galiza tem um salão em Melgaço e agora com a fronteira de Arbo fechada demora cerca de 1h30 a duas horas a chegar ao trabalho, quando antes de 16 de março demorava seis minutos. “Há 19 anos que tenho o meu salão de cabeleireiro em Melgaço. Até agora, o meu trabalho ficava a seis minutos de casa. Agora faço o mesmo percurso em hora e meia a duas horas. Na semana passada demorei cinco horas a chegar ao trabalho porque na fronteira implicaram que os meus papéis não serviam”, dizia Cecília Puga. Acrescentando que “simplesmente, peço que me deixem trabalhar. Já sabemos que é cedo para abrir as fronteiras a todos, mas pelo menos para os trabalhadores transfronteiriços. Se não têm meios na Guarda Civil, em Espanha, na PSP, em Portugal, ponham o Exército [a controlar a fronteira], mas deixem os trabalhadores transfronteiriços irem para os seus postos de trabalho”.

Também Vítor Gonçalves exibia um cartaz com as palavras “Deixem-me trabalhar”. “Cerca de 80% dos nossos clientes são espanhóis. Nesta situação, há dias em que nem me chego a estrear. Na semana passada, em Valença, que é a feira mais forte, e em 22 anos de comerciante, não vendi uma única peça. Foi um choque porque desanimas e vês os teus colegas desesperados”, afirmou Vítor Domingues.

Para sexta-feira, dia 12, às 10h, os autarcas vão manifestar-se na ponte internacional de Arbo-Melgaço.

Do lado português, marcaram presença os autarcas de Monção, Melgaço, Valença, Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura e Caminha.  Do lado espanhol, fizeram-se representar os autarcas de Arbo, Rosal, Tui, As Neves, Tomiño, Salvaterra do Minho.

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