A Conferência Episcopal Portuguesa declarou São Bartolomeu dos Mártires como padroeiro dos catequistas. A decisão foi apresentada no final da 201ª Assembleia Plenária dos bispos portugueses.
Sendo Bispo o ‘primeiro responsável da catequese na diocese”, a Comissão episcopal da educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) apresentou a proposta à Assembleia que a votou favoravelmente por unanimidade.
“A Assembleia aprovou a proposta de proclamar São Bartolomeu dos Mártires como padroeiro dos Catequistas”, lê-se no comunicado final da CEP.
D. António Moiteiro, presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, afirmou que a “figura de São Bartolomeu dos Mártires, e a sua importância histórica, encontram paralelo na atualidade”.
“No tempo de Frei Bartolomeu existia uma grande ignorância religiosa, até em muitos pastores. São Bartolomeu é grande exemplo de evangelizador”, considerou.
O prelado recordou o santo português e destacou o seu papel na “formação, na catequese na pregação”.
“A catequese, como a temos nos últimos cinco séculos, é resultado de um trabalho fundamental do Concílio de Trento que reagiu, com formação do clero, a criação de seminários e a renovação da catequese, à ignorância da época e à reforma protestante”, reforça.
Para D. António Moiteiro a figura de Frei Bartolomeu dos Mártires é “exemplo de pastor e de catequista”.
“A Igreja portuguesa ganha muito ao apresentar este exemplo para os pastores e os catequistas de hoje”, sustenta.
Bartolomeu dos Mártires
Bartolomeu nasceu em Lisboa, na paróquia dos Mártires, em maio de 1514. Recebeu o hábito dominicano a 11 de novembro de 1528 e professou um ano depois. Tendo concluído os estudos em 1538, lecionou Filosofia e Teologia em diversos conventos da Ordem. Foi nomeado por Pio IV, a 27 de janeiro de 1559, Arcebispo de Braga.
Efetuou, de modo sistemático e muito eficiente, visitas pastorais às paróquias da Arquidiocese, mesmo às mais distantes e inóspitas. Fomentou a Evangelização do povo, para o qual preparou um catecismo ou doutrina cristã e práticas espirituais. Preocupou-se com a santidade e cultura do clero e redigiu muitas e valiosas obras doutrinárias, entre as quais se salientam o notável tratado «Estímulo dos Pastores» e o «Compêndio de Doutrina Espiritual».
Participou no período final do Concílio de Trento (1561-1563), merecendo o elogio do Papa e o aplauso dos seus pares, que o chamaram Luminar do Concílio. Em vista da execução das reformas tridentinas, efetuou um Sínodo Diocesano (1564) e um Concílio Provincial dois anos mais tarde (1566), e promoveu a fundação do Seminário, dito “conciliar” (1572), para conveniente formação dos sacerdotes.
Aceite pelo Papa a sua renúncia do Arcebispado, recolheu em 1582 ao convento de Santa Cruz de Viana, (S. Domingos) construído por sua iniciativa, onde prosseguiu a vida austera de simples religioso, todo voltado para a oração, caridade e estudo. Aí faleceu em 16 de julho de 1590.