O Teatro do Noroeste assinalou o dia de aniversário, a 06 de dezembro, com a estreia da “Casa do Rio 2”. A continuação da comédia que estreou em 2013 tem encenação de Ricardo Simões e é interpretada pela maioria dos atores do elenco inicial.
“É um regresso à Casa do Rio e apesar de terem passado nove anos é como se tivesse sido ontem. É muito bom trabalhar com estas pessoas maravilhosas. Todos estamos mais velhos, é certo, mas é como se tivesse sido ontem”, refere Raquel Amorim, atriz e elemento da direção da Companhia.
A peça, que estará em cena até 18 de dezembro, aborda “as questões que nos afetam quando estamos mais velhos. Eu acho que esta Casa do Rio vai deixar-nos a pensar nestas questões das pessoas mais velhas e da necessidade de terem quem cuide delas. Por isso é que eu acho tão bonita esta Casa do Rio e vai valer a pena vir ver”, disse Raquel Amorim.
A interpretar a personagem de Elsa Teles, Raquel Amorim lembra que a “Casa do Rio 2” vai ser também uma homenagem a Alcina Cruz, que integrava o elenco e faleceu a poucos dias da estreia. “Há uma pessoa que nos deixou há pouco tempo, mas nós sentimo-la todos os dias no nosso espetáculo. Ela está lá e estará sempre connosco. É de facto também um espetáculo de homenagem a ela, a todos eles [elemento da oficina ATIVAsénior], e a todo o público que há nove anos encheu as salas e que temos a certeza que este ano nos vem ver novamente”, assegura Raquel Amorim.
O encenador explica que “nós quisemos reconstituir uma realidade que pudesse ser reconhecida em Portugal inteiro. Esse foi o ponto de partida. O desafio era também fazer um espetáculo de celebração, dos 20 anos da Companhia”. Ricardo Simões conta que este espetáculo estreou há nove anos depois do Teatro do Noroeste perder o apoio da DGArtes. “Na altura desafiamos o ATIVASénior para entrar num desafio com profissionais, e pensávamos que iríamos ter 50 a 100 pessoas por dia, e conseguimos ter 300. Foram oito ou nove lotações esgotadas consecutivas”.
Ricardo Simões esclarece que “temos quase todo o elenco. A Alcina fez a partida de ir embora perto da estreia, mas a vida é imperfeita”.
Nesta segunda “Casa do Rio”, o foco é na filha do casal. “É uma comédia para toda a família. Queremos proporcionar uma comédia, onde nos divertimos muito a fazer e que as pessoas se divirtam, porque se vão reconhecer”, explica o encenador.
Antonieta Brito, que integra a oficina ATIVASénior “quase desde o início” conta que foi para este espaço para “fazer umas bainhas” e “alguns cenários”, contudo foi desafiada a participar na peça. Agora não se vê a fazer outra coisa. “Se não me tivessem feito o convite para integrar o elenco desta continuação iria ficar muito triste. É com alegria e emoção que estou aqui”, diz.
José Escaleira assegura que “o teatro acompanha a vida. Há 50 anos esta peça não era possível. Não haveria atores com uma idade tão elevada. Nem a sociedade tinha os problemas que agora tem”. Interpretando Narciso Teles, o ator diz que “a peça vem no momento certo”.