Trinta e cinco anos depois do seu início, o CONCURSO DE QUADRAS DAS FESTAS D’AGONIA, vai ressurgir nas páginas de “A AURORA DO LIMA”.
É uma notícia que nos enche de júbilo, já que a sua realização marcou indelevelmente a vida do jornal nos anos em que aconteceu, transmitiu-lhe uma vivacidade fora de comum, gerou a aproximação de muitas centenas de concorrentes, mobilizou personalidades gratas do ensino e da cultura vianense em volta do Júri, propiciou o aparecimento de inspirados e inesquecíveis autores e belissímas composições.
Na sua primeira fase, de vinte e quatro anos (que tive o gosto e o privilégio de acompanhar bem de perto), foram reunidas para as exigentes tarefas de selecionar e classificar, participações tão preciosas como as de Francisco Pita, Emília Sena de Vasconcelos, José Agostinho da Conceição, Flora Silva, Margarida Laranjeira, Arlete Faria, Francisco Sampaio, Alberto Abreu, José Luís da Ponte, Helena Costa e Primavera Costa.
A publicação das quadras premiadas, no número especial dedicado às Festas d’Agonia, era aguardada com evidentes expetativas e os concorrentes surpreendiam imensas vezes, fazendo alarde de imaginação e criatividade dignas de manifesto apreço.
Tão apreciável se mostrou, nalgumas circunstâncias, a qualidade das quadras produzidas, que dois dos mais destacados concorrentes, Euclides Rios primeiro e José Bacelar depois, as perpetuaram em livro, embora todo o seu léxico faça parte dos arquivos de “A Aurora do Lima”.
Quando chegou o momento de me afastar da organização, o Diretor Bernardo Barbosa, sentiu que ia abrir-se, no jornal, um vazio que não tinha processos de colmatar -e lamentou-o.
Mais tarde, o Centro Cultural do Alto Minho, impulsionado por Gonçalo Fagundes Meira, resolveu reatar a iniciativa e desenvolveu as diligências necessárias para isso, com a imediata anuência de Bernardo Barbosa.
O CONCURSO DE QUADRAS DAS FESTAS D’AGONIA, voltou então às páginas onde alcançara vigorosa notoriedade e, desta vez, com acrescidas motivações, imprimidas pelos novos organizadores e as parcerias que aliciara.
Não foi tão longa essa fase do Concurso, dado que Gonçalo se afastou do Centro Cultural e assim se perdeu o entusiasmo e a energia que levara à retoma de respetiva realização.
Com a assunção de Gonçalo Fagundes Meira à diretoria de “A AURORA DO LIMA”, não é de estranhar a notícia que surgiu destacada na página cimeira do jornal de 12 de Maio.
A decisão é de saudar pela sua lucidez, pelo contributo para a revitalização do interesse jornalístico, por constituir mais um motivo de valorização e divulgação das Festas, pelo inerente enriquecimento do património cultural popular.
Fernando Castro e Sousa
