O Norte do país é, por excelência, o local onde todas as manifestações da natureza se combinam numa harmonia profunda e conducente. E o ex-líbris da etnografia, do folclore, dos monumentos românicos, góticos e dos castelos roqueiros, em que cada pedra é um alicerce sagrado sobre o qual assentam os pilares da Nação. Os povos que habitaram a terra lusitana antes de ser fundado o futuro reino, deixaram-nos algumas relíquias das suas artes, preciosos documentos das civilizações sucessivas da Península e da sua maneira de viver e de estar. Há, portanto, variados monumentos que atestam a invenção artística dos povos da antiguidade que nesta área pisaram o solo agora português. Foi sempre, aqui, não só o berço donde irradiou a expansão, mas o centro onde teve mais incremento a arquitectura românica, até ao fim do século XIII. Ao mesmo tempo que apareciam as catedrais respeitando um conjunto de características subordinadas à edificação artística a dominar nessa época, fundaram-se e restauraram-se, nos séculos XII e XIII, vários mosteiros dispersos nas regiões montanhesas do Norte, de uma maneira mais modesta, regional, mas não menos agradável, a mostrar o estilo rude do granito.
Relativo ao Norte de Portugal, na nossa cidade, também se desenvolveu a arte românica. Prova-o a Igreja Matriz … “verdadeira maravilha de granito em estilo românico, segundo Figueiredo Guerra, ou bisantino-românico, na opinião emitida pelo padre Carvalho na sua Coreografia. Erecta no começo do reinado de D. João I (de 1383 a 1400), por D. Justo Balbino, bispo de Ceuta, foi completada com as rendas que o regente D. Pedro lhe destinou em 1440. Caindo em ruínas, foi reedificada no ano de 1695” … Dr. José Crespo, in. Monografia de Viana do Castelo, páginas 34/35, ano de 1957.
Continuando a caminhar por Viana do Castelo, a subida ao Monte de Santa Luzia, que atinge uma altitude de 250 metros, de onde se domina grande extensão verdejante, sempre a mostrar novos encantos a falar da vida e do amor, panorama esse constituído por montes, planícies e vales, mais o casario, perante um cenário cheio de beleza e acolhedor a tornar- se num passeio deveras pitoresco, que deixa marcas na memória.
Por detrás do Templo Monumento encontramos a “Citânia”, que se reporta a ruínas de uma importante povoação Castreja, cuja reconstituição e conservação tem vindo, no tempo, a ser feita com rigoroso critério. Esta relíquia arqueológica foi classificada como Monumento Nacional em 1926. A mostragem actual deve-se a conceituados investigadores vianenses.
Nota: – Esta crónica, por vontade do autor, não segue a regra do novo acordo ortográfico.