Depois do colóquio «Formas de ver Amadeu Torres» levado a cabo no Fórum Cultural das Neves, a 8 de junho deste ano, e do qual demos o devido destaque neste jornal, altura em que a Junta de Freguesia de Vila de Punhe, na pessoa do seu presidente António Costa, com a colaboração de Porfírio Pereira da Silva, dava início ao programa das comemorações do Centenário do nascimento da ilustre e incontornável figura do Vale do Neiva, Amadeu Rodrigues Torres (Castro Gil), decorreu no mesmo Fórum Cultural, revestido de alguma pompa e circunstância, a 30 de novembro último, o encerramento das referidas comemorações, com principal enfoque na apresentação do livro «Formas de ver Amadeu Torres», resultante da publicação das comunicações apresentadas no aludido colóquio de 8 de junho: Álvaro Campelo (UFP) – Professor Doutor Amadeu Torres (Castro Gil): o Humanista e o Cientista, pp. 37-47; Augusto Soares da Silva (UCP) – A Gramática de e para Amadeu Torres, pp. 49-60; Gonçalo Fernandes (UTAD) – Prof. Amadeu Rodrigues Torres (1924-2012): um Gigante na Cultura e Linguística portuguesas, pp. 63-76; José Barbosa Machado (UTAD) – Prof. Amadeu Torres: 30 anos de convívio, pp. 79-85; José Sousa Teixeira (UM/CEH) – Os afetos e as ciências da linguagem (Homenagem a Amadeu Torres-Castro Gil), pp. 87-92; Miguel Gonçalves (UCP) – O que pode ser dito em qualquer língua é melhor não se escrever: Memória e Gratidão, pp. 95-107; Porfírio Pereira da Silva (UFP) – Amadeu Rodrigues Torres (Castro Gil): As raízes de uma personalidade marcante na cultura portuguesa, pp. 109-114.
Para além das comunicações, «Formas de ver Amadeu Torres» conta ainda com textos de abertura de Alípio Rodrigues Torres, Padre e Irmão de Amadeu Torres – Amadeu Rodrigues Torres (Castro Gil): das vicissitudes aos atos consagrativos, pp. 9-12; António Manuel Costa, Presidente da Junta de Freguesia de Vila de Punhe – Resenha Saudativa, pp. 13-15; Luís Nobre, Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, pp. 17-18; e Manuel Vitorino, Vereador da Educação, Ciência e Conhecimento e Cultura da Câmara Municipal de Viana do Castelo – A essência, pp. 19-20.
A cerimónia de encerramento contou com a presença do conferencista convidado, Professor Doutor Salvato Trigo, presidente da Fundação Fernando Pessoa, “que nos presenteou com uma magnífica e erudita palestra/apresentação, só ao alcance do próprio Professor Amadeu Torres”, como realçou Gonçalo Fernandes, professor catedrático da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Para além da magnífica incursão científica pela obra de Amadeu Torres, enquanto gramatólogo-humanista, historiógrafo, exímio mestre das línguas greco-latinas e das ciências da linguagem, Salvato Trigo, sem deixar de ser erudito, fez também de maneira percetível e cativante para a plateia presente, uma pequena retrospetiva a cada um dos trabalhos publicados no «Formas de ver Amadeu Torres», demonstrando que todos nós estávamos ali por uma questão de gratidão e memória.
As Cantadeiras do Vale do Neiva, abrilhantaram a cerimónia com o Hino de Santa Eulália, padroeira da freguesia, cujo texto é da autoria de Amadeu Torres, escrito em 1947.
Alípio Rodrigues Torres, emocionado, ficou surpreendido pelo facto de o Professor Salvato Trigo fazer referência aos conteúdos dos textos inseridos no livro em memória do seu irmão. Sem contar em falar não deixou de, em nome da família, manifestar uma profunda gratidão a todos os que contribuíram para esta homenagem.
O presidente do Município, Arq. Luís Nobre, encerrou a sessão realçando a importância de Amadeu Torres no panorama cultural e intelectual do seu e nosso tempo, através do riquíssimo legado deixado “pela sua obra, pelos seus méritos intelectuais e pela sua ímpar capacidade para a escrita”, distinguindo-se “como uma figura poética e humana de renome e os seus trabalhos e ensinamentos são, ainda hoje, uma referência na área”, tornando-o um homem grande de Viana do Castelo, e não só, que ficou para a história e que fez história graças à sua obra imensa.
Seguiu-se o lançamento do Carimbo Filatélico Comemorativo do Centenário, e a publicação de dois postais, com a prestimosa colaboração da Associação de Filatelia e Coleccionismo do Vale do Neiva.
No final foi servido um Verde de Honra, momento que proporcionou um prolongamento de saudável cavaqueira à volta da incontornável figura, como um dia escreveu Joaquim Veríssimo Serrão, de “sacerdote respeitado pelo fiel cumprimento do múnus que o liga à Igreja e o do universitário zeloso dos ideais da cultura”, o catedrático, poeta em vernáculo e em latim, escritor e linguista, Amadeu Rodrigues Torres (Castro Gil).
Miranda Rebolo