Festa da Agonia não serão esquecidas pelas nossas gentes

Este ano também estaremos na Festa da Agonia, na lembrança, na saudade, no coração. Subportela estará sempre presente, porque sempre fez parte da festa da nossa cidade. A rainha das romarias como o mundo lhe chama.

Não é o ir à festa que caracteriza o povo de Subportela, o nosso povo sempre esteve lá, a participar, a fazer parte integrante da romaria, como personagem e com papel ativo.

Há muitos anos, desciam o Lima no barco da vela grande do Tio Costa, que assim ganhava a vida no transporte de gentes e animais. Também assim era transportada a junta de bois que iria puxar o carrão que muitas vezes não passava de um carro de bois com o que a terra dava e algumas cantadeiras atrás acompanhadas por uma ou outra concertina porque por cá sempre tivemos grandes cantadores e tocadores.

Na “parada” da festa apresentava-se a terra, a cultura, as tradições e o nosso artesanato. Durante muitos anos desfilou o Tio Cesteiro, infelizmente já falecido, e o seu carrão com toda a mestria no fabrico de cestos, cestas e móveis, e consigo levava a família e amigos para demonstrar todos os passos do nosso último bastião de artesanato tradicional.

Mas as participações nos quadros da Romaria continuaram ao longo dos tempos, com forte participação popular. Os emigrantes da nossa terra teimavam em participar, e se não fossem no quadro que a terra levaria, poderia ser noutro. A presença de Subportela e dos seus habitantes tinha de se fazer notar. As gentes do campo presenteavam a assistência com os sabores do que por cá se colhia, relembrando as idas para os campos em família e demais comunidade.

E o Auto de São João, provavelmente a única tradição que o povo de Subportela ainda não esqueceu totalmente, mas com muita dificuldade vai realizando, também foi representada na “parada”.

Os pequenos pastorinhos iam entoando o seu cantar, e o pequeno João, de vez em quando, deixava fugir um ui pelo cansaço de ir a pé ou porque o arco que lhe dava o ar de santo lhe ia apertando alguma orelha.

Os anjos apontavam ao céu, e toda a assistência batia palmas. Veio a mitologia e as origens desta cidade, e lá estava alguém de Subportela, a representar um celta ou um deus romano. Um dos santos a quem a fé construi uma igreja ou capela. Mas sempre sem esquecer as nossas raízes do campo, de camponês que traz a alegria nas peles rosadas, nos cantares e no som da concertina.

Para o ano, estaremos lá com certeza, não havemos de ir a Viana, nós somos Viana e estaremos lá, a desfilar a nossa chieira, as nossas tradições que não queremos ver esquecidas. E a festa da Agonia tem sobejamente ajudado a que isso aconteça. A relembrar a entreajuda comunitária, a solidariedade que os vianenses e o povo de Subportela sempre mantiveram como apanágio. Para o ano esse será o nosso carrão, o nosso quadro: Subportela.

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