IPVC contacta especialista para estudar degradação do Convento de São Francisco

O presidente do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) disse, em declarações à Lusa, ter sido encomendado a um especialista um estudo sobre o convento de São Francisco do Monte para “estagnar” a degradação a que se encontra votado há anos.

Carlos Rodrigues adiantou que a decisão de recorrer a um parecer de especialistas de “renome nacional e internacional”, foi tomada numa reunião com o presidente da Câmara de Viana do Castelo.

Em causa está um imóvel datado do século XIV, adquirido em 2001 pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), situado na encosta do Monte de Santa Luzia, e que se encontra há anos votado ao abandono.

Na semana passada, um alerta IHSHG – International History Students and Historians Group, grupo internacional que reúne cerca de seis mil membros, entre estudantes, graduados, mestres, doutores, arqueólogos e professores de História de todo o mundo, chamou à atenção para “o estado de total negligência” em que se encontra o convento e apelou a uma “rápida intervenção de salvaguarda” daquele património.

Na sequência daquele alerta, o presidente do IPVC e o presidente da Câmara de Viana do Castelo decidiram, em reunião conjunta, contactar “com especialistas em recuperação de património no sentido de darem uma ideia do que fazer, pelo menos, para estagnar a degradação”.

“Estamos a fazer o nosso caminho para estagnarmos de forma tão célere quanto possível e adequada a degradação do imóvel, antes de avançarem intervenções posteriores que possam vir a existir. Neste momento, a nossa preocupação é estagnar a degradação”, afirmou Carlos Rodrigues.

O presidente do IPVC adiantou ter sido solicitado ao “especialista uma avaliação para estabelecer um plano de abordagem”.

“Neste momento há um trabalho de proximidade entre a autarquia e o politécnico, porque isto é um bem do IPVC, mas é património comum. A autarquia está, como sempre esteve, preocupada e implicada na solução. O primeiro passo é pedir a intervenção de especialistas, porque tudo obedece a princípios que não temos e daí ter sido encomendado um estudo a especialistas de reconhecido nome a nível nacional e internacional”, sustentou, escusando-se a especificar a quem foi entregue aquela avaliação.

O convento foi “edificado em finais do século XIV, tendo sido a primeira casa conventual de Viana do Castelo, e um dos três primeiros mosteiros a reger-se pela Ordem dos Frades Menores”.

Antes de chegar as mãos do IPVC, e com a extinção das ordens religiosas, o convento foi comprado em hasta pública, em 1834, pelo Visconde de Carreira, que o transformou em exploração agrícola. A partir da década de 60 do século XX, o espaço conventual entrou em progressivo estado de degradação e, em 1987, o seu último proprietário, Rui Feijó, doou-o à Misericórdia local.

Foto: wikipédia

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