O mau tempo que se fez sentir no mês de dezembro passado e muito especialmente nos primeiros dias de 2023 causou diversos estragos, uns mais graves do que outros, mas para todos os efeitos são estragos causados pela ação da mãe natureza, aos quais o Homem não tem possibilidades de os evitar na origem, mas muito pode fazer para os minimizar e não pelo contrário agravá-los.
Aqui pelo nosso burgo felizmente não tivemos estragos de grande vulto, mas tivemos danos que marcaram bem os efeitos do mau tempo, os quais podemos classificar em dois setores distintos, particular e público.
No setor particular temos conhecimento que cerca de 10 casas foram afetadas com inundações, três delas com prejuízos consideráveis em tetos, paredes, eletrodomésticos e móveis.
Já no setor público, foi visível a incapacidade de vários regos foreiros para comportarem os volumosos caudais de águas pluviais, e transbordaram para os terrenos da praia. Na rua do portinho foi mesmo necessário abrir uma vala perpendicular à rua para a drenagem dessas mesmas águas.
Diversos arruamentos da nossa rede viária transformaram-se em autênticos rios e riachos, nomeadamente a Avenida da Praia, a qual proporcionou um visionamento ímpar de rio, foi triste cenário e lamentável após o arruamento ter passado por uma recente requalificação, merece de imediato uma análise profunda para eliminar estas mazelas de projeto, aliás como se impõe.
Outros arruamentos, aquando da realização das respetivas requalificações, devido às intervenções adequadas introduzidas e ouvida a voz do povo, responderam cabalmente a esta enorme quantidade de chuva.
O viaduto de Paçô esteve em início de um novo alagamento, valeu não ter acontecido o dito, graças ao precioso alerta dado pelos moradores de Paçô e da rápida intervenção do presidente da Junta.
O alagamento deste viaduto já se verificou anteriormente pelo menos duas vezes. Em ambas estiveram em causa pessoas e bens materiais e segundo sabemos do último alagamento ainda não houve lugar a qualquer indemnização aos lesados.
A reincidência frequente dos alagamentos deste viaduto é preocupante para pessoas e bens. Torna-se urgente uma avaliação qualitativa do problema para que seja dada aos moradores em especial, e a todos os utilizadores em geral, a segurança necessária de todos os dias, a qual está fortemente abalada por ter um viaduto inseguro em tempo de chuva.
Podemos dizer que a entrada de 2023 foi mesmo à moda antiga, no que toca principalmente à quantidade de chuva caída.
Porque chover tanto em tão curto espaço de tempo é preciso recuar um bom bocado no nosso memorial para encontrarmos situações idênticas às que vivemos nestes dias.
Este ano tivemos a feliz oportunidade de ouvir o som da água pelas nossas montanhas abaixo, nós dizemos mais, ouvir de novo o cantar da água em descida da nossa encosta pelo rio do “Orradoiro” uma verdadeira cascata natural.
Fez-nos recordar com alegria e satisfação os nossos tempos de menino e moço em que essa situação era frequente nas épocas invernais, mas curiosidade das curiosidades, os regos foreiros não transbordavam nesses tempos.