Memórias e afetos – Qual a minha profissão?

Quando eu me finar,
Não sei que ofícios me vão armar…
A minha vida foi de tal modo vivida,
Sonhada em catraio, existida,
Onde não faltava a esperança
Apetecida de uma criança,
A pensar no cargo que teria
E o que viria a ser um dia, com alegria.
Um adolescente, consciente, a sonhar
No que a vida lhe pudesse dar!
Era como uma mágoa, uma dor,
Mesmo até, um pesar, um dissabor,
Entretanto, crescente, meditado,
Feliz e já imaginado,
Meditando, mas labutando,
Decidi, acreditando.
Emigrei, fui firme a trabalhar,
Impunha-se conseguir um lugar
Em França, onde quis Deus,
Que fosse junto dos meus,
Essa sugerida profissão,
Que não permitia opção
E que obrigava a ter que ser
Para poder sobreviver.
Fiz um pouco de tudo:
Ajudante, colocador
Encarregado, condutor,
Desenhador, diretor
Professor, vendedor, patrão,
Trabalhando até para a Nação,
O que me leva à questão de saber
Se um dia quando morrer
Qual será a minha profissão!
Todas elas caberão, não sei,
No meu currículo vitae.

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