O Dia Internacional para a Tolerância, 16 de novembro, uma iniciativa da UNESCO, para reconhecimento, aceitação e defesa dos direitos humanos fundamentais, nomeadamente do respeito pelo outro e pela diferença, passou silenciosa e envergonhadamente, entre nós e em muitas outros países ocidentais, mais ou menos (pre)ocupados com as guerras na Ucrânia e no Próximo Oriente, a transição climática e a degenerescência das instituições democráticas.
A celebração da tolerância pode e deve fazer-se todos os dias, mas é na quadra natalícia, apelando à vivência em comunhão e paz, que ela ganha maior elevação. Não se estranhará, por isso, que este texto, inserido na edição especial dedicada ao Natal – e ao 168.º aniversário de “A Aurora”, que ocorreu no último dia 15 -, também o faça.
Abraçando o liberalismo triunfante, “A Aurora do Lima” acompanhou as transformações políticas, culturais, sociais e económicas da monarquia constitucional, aderiu tarde e mal ao republicanismo, opôs-se com moderação ao salazarismo, rejubilou com a democracia e, agora, como semanário independente, resiste, preocupada, à viragem que lança em crise a comunicação social, um dos pilares da democracia.
No tempo que passa, é necessário produzir esperança… e o Natal é esperança. Mas também é renascimento e otimismo. Esperança, renascimento e otimismo fundados na quantidade e qualidade de mulheres e homens, jovens vianenses, alto-minhotos e portugueses, que triunfam, muitos deles entre os melhores da terra onde revivem e laboram, em Viana, na região, no país ou na diáspora: nas artes, desportos e humanidades; na saúde, educação e tecnologias; na investigação e inovação; no associativismo e, também, no empreendedorismo.
Reconheçamos o seu valor e, mais do que isso, saibamos criar condições para que eles queiram e possam dar o seu precioso contributo para o nosso desenvolvimento, em liberdade e democracia.
Os meus votos de Feliz Natal e bom Ano Novo para todos, jovens e menos jovens, aqui ou na diáspora.