Projeto pode prejudicar Viana do Castelo

construção de uma nova linha de alta velocidade entre Porto e Vigo é um dos principais projetos para a ferrovia até final desta década. O Governo pretende colocar as duas cidades a hora e meia de distância sobre carris, menos uma hora do que atualmente. Mas o projeto, tal como está, pode prejudicar cidades como Viana do Castelo, que pertencem à Linha do Minho.

Este projeto está dividido em duas fases. Até 2030 pretende-se construir um novo troço entre Braga e Valença, sem paragens intermédias. O custo previsto desta obra é de 1,25 mil milhões de euros e ainda depende das obras do lado de Espanha, sobretudo da saída sul da estação de Vigo. A deslocação entre Porto e Vigo passa a durar uma hora e 25 minutos.

Depois de 2030, o Governo pretende construir a ligação ferroviária entre o aeroporto Sá Carneiro (Porto) e a estação de Nine (Famalicão), no valor de 350 milhões de euros. Nessa altura, o comboio entre Porto e Vigo passará a demorar apenas 48 minutos.

Os efeitos do troço Nine – Sá Carneiro não ficam por aqui e podem beneficiar a Linha do Minho convencional: de Viana do Castelo, a viagem até ao Sá Carneiro e, depois, a Campanhã, demoraria menos de uma hora.

Apesar de a ligação entre o aeroporto e Nine ter mais efeitos para a coesão territorial, o gabinete do ministro Pedro Nuno Santos argumenta que a construção da nova linha entre o Porto e Nine “tem um impacto pequeno no tempo de viagem total, permitindo poupar cerca de 10 a 15 minutos”.

Celta ainda a diesel

“Velhas e lentas” automotoras a gasóleo continuam a assegurar o Celta, ligação ferroviária entre o Porto e Vigo, por Viana do Castelo, apesar de linha já estar eletrificada.

A CP e a Renfe terão de manter, nos tempos mais próximos, o serviço internacional a funcionar deste modo. A CP adianta que está “nos seus objetivos, logo que seja possível, a introdução de material elétrico”. Já a espanhola Renfe afirma que “atualmente não há alterações sobre esse serviço” e que informará quando “houve alguma novidade”.

O serviço é servido pelas automotoras diesel, dada a diferente tensão nas vias entre Portugal e Espanha.  Há a expectativa de em 2025 utilizar as automotoras híbridos, segundo o jornal galego “Atlántico”. 

Por outro lado, a divisão espanhola da empresa de transportes Arriva confirmou o interesse em relançar o projeto de ligação ferroviária entre o Porto, Vigo e a Corunha, pois, segundo fonte da empresa, “há uma procura social e interesse no projeto”. 

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