A depressão Aline deve atingir o pico esta quinta-feira entre o meio da manhã e o meio da tarde. “Estamos a falar de cerca de seis horas”, quando “será mais intensa a atividade desta situação meteorológica adversa”, fez notar o comandante operacional da Proteção Civil, André Fernandes. Em conferência de imprensa na sede da Proteção Civil em Carnaxide, que contou também com a presença da secretária de Estado da tutela, André Fernandes frisou que foram contactados todos os comandos sub-regionais e todas as câmaras municipais porque “esta é uma situação que abrange a totalidade do território continental, com particular incidência nas câmaras municipais, ou nas áreas que estão historicamente mais suscetíveis a estes fenómenos”.
“Toda uma resposta que está a ser dada a nível municipal”, acrescentou o comandante operacional da Proteção Civil, que deixou ainda uma palavra de apreço aos “municípios que têm feito um trabalho excecional na mitigação e na perspetiva de antever e minimizar as consequências desses fenómenos”.
André Fernandes alertou ainda para a possibilidade de “ocorrerem situações pontuais”com a maré cheia, que pode levar a “algum galgamento nas áreas historicamente sensíveis e identificadas”.
Já a secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, sublinhou que “todo o trabalho foi feito com o objetivo de minimizar o impacto do fenómeno” num elogio ao facto das câmaras municipais das zonas que habitualmente são mais afetadas por inundações devido à chuva e à forte agitação marítima terem tomado medidas para minimizar os efeitos do mau tempo.
“É um fenómeno que não conseguimos controlar. Faz parte do comportamento do nosso planeta. O que nós podemos garantir é que conseguimos minimizar o impacto destes fenómenos”, salientou.
Segundo a secretária de Estado da Proteção Civil, “o impacto desde fenómenos pode ser mitigado, ou minimizado, através de duas formas: do nosso comportamento e pelo trabalho que tem sido feito designadamente pelas autarquias”.
Patrícia Gaspar apelou ainda à população para que “respeite escrupulosamente as indicações das autoridades, evitando as zonas mais afetadas” entre as quais a presença junto à orla costeira, “quando sabemos que temos episódios de agitação marítima, que pode ter um impacto gravoso”.
“É no conjunto dessas duas dimensões que podemos garantir que passamos da melhor forma possível e com a máxima tranquilidade por este episódio sobretudo nas horas de pico”, frisou.
A secretária de Estado da Proteção Civil recordou ainda que “regra geral estes episódios têm mais impacto nos meios urbanos e menos nas outras áreas. É aqui que temos obviamente de concentrar as nossas atenções”.
Todos os distritos em aviso laranja
Todos os distritos de Portugal continental estão esta quinta-feira sob avisos meteorológicos laranja (o segundo mais grave de uma escala de três) devido ao mau tempo.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê, com a passagem da depressão Aline, vento de sudoeste, tornando-se gradualmente forte nas regiões Centro e Sul a partir do início da manhã, com rajadas que poderão atingir os 110 quilómetros por hora, em especial no litoral a sul do Cabo Mondego e incluindo a costa sul do Algarve, e nas serras destas regiões.
O IPMA indica que localmente poderão ocorrer rajadas pontualmente superiores aos 110 quilómetros por hora, bem como fenómenos extremos de vento.
Quanto à chuva, deve aumentar de frequência e intensidade a partir da manhã, e, ao nível da agitação marítima, espera-se para a costa ocidental ondas do quadrante oeste com quatro a cinco metros, aumentando para cinco a sete metros de altura e podendo atingir uma altura máxima até 14 metros.
Na costa sul do Algarve as ondas serão de sudoeste, aumentando para quatro a 4,5 metros durante a tarde.
RTP e Lusa