Futebol

Depois de analisarmos o VOLEIBOL e a ESGRIMA, debruçamo-nos hoje sobre a implantação do futebol no nosso concelho, mais propriamente, na nossa cidade.

Recuemos ao ano de 1920, aquando da fundação do Avis Atlético Clube, que iniciou a sua atividade com futebol (de forma organizada) e natação pela mão de Severino Costa, depois de uma dissidência com o Viana Taurino Clube que não quis aceitar a sua sugestão de criar a secção de futebol.

Existiram em data anterior, alguns grupos que ao futebol se dedicavam, o U.F.E.C, (União Futebol dos Empregados do Comércio), o G.S.V. (Grupo Sportivo Vianense), R.C.V. (Racing Clube de Viana) e os Estudantes do Liceu, todos de existência efémera. Em 1920 estavam extintos.

O Viana Taurino Clube, espicaçado pela atividade do novel Clube (o Aviz), cria pouco depois a secção, iniciando os treinos, muito concorridos e com enorme entusiasmo, provisoriamente no Velódromo do Campo do Castelo. O Capitão Gama Lobo, grande desportista e bom praticante de futebol, constitui dois “teams” compostos exclusivamente por associados do Taurino, resumindo-se a sua atividade a treinos, situação que se mantém durante cerca de dois anos.

Em 1922, a direção decide promover a modalidade, abrindo a inscrição nominal a todos quantos a desejem praticar. Reestruturada a secção, inicia de imediato a atividade, deslocando-se a Braga e Barcelos, defrontando os clubes locais.

O futebol conhece assim, no seio do Taurino, uma grande expansão que se reflete na cidade!

Impunha-se a aquisição de um campo que servisse a modalidade. Procede-se a várias diligências, para a cedência de uma propriedade denominada “dos Quesados” para os lados da Abelheira. Paralelamente, o Vianense convida o Taurino e o Aviz para uma reunião a fim de decidirem acerca das obras no hipódromo do Campo do Castelo para ser utilizado pelos três clubes. O Taurino declinou, porque, entretanto, apareceu-lhe uma nova hipótese de arrendamento, “a Quinta de Monserrate”, que celebrou em 18 de julho de 1922, onde hoje é o Estádio Dr. José de Matos.

O Aviz continuou a jogar no Velódromo do Campo do Castelo até à sua extinção em 1923.
O Sport Clube Vianense inicia-se nas lides do futebol, abrindo as inscrições aos sócios e outros indivíduos, – a quem se exigia gozar de reconhecido comportamento exemplar-, pagar quota, mas sem autorização de frequentar a sede.

Entretanto, é criada a Associação de Futebol de Viana do Castelo com sede provisória no SCV, que regista os seguintes clubes inscritos: Sport Clube Vianense, Viana Taurino Clube, Bombeiros Voluntários e Bombeiros Municipais, de Viana do Castelo, Freixiense Sport Clube e Grupo Desportivo Valenciano.

Era urgente a aquisição de um campo de jogos, pelo que se iniciam negociações com o Viana Taurino Clube, – que estava em sérias dificuldades para manter a secção, – para alugar o seu Campo de Monserrate, o que aconteceu pelo preço de 18 contos.

Estavam reunidas as condições ideais para a consolidação e desenvolvimento da modalidade; infraestruturas, equipa sénior de bastante valia, criação de vários escalões e numerosíssimos encontros com clubes congéneres da região, da Galiza e dos distritos do Porto e Braga.

Em 1929, o S.C. Vianense adquire, por arrematação em hasta pública, parte do prédio denominado “Quinta da Cancela da Areosa”, pertencente ao Ministério do Interior, que aliás, já mantinha na sua posse por aluguer, pela quantia de 16.984$00, “…por Carta de pura e irrevogável venda…” assinada pelo Presidente da República, António Óscar de Fragoso Carmona, em 20 de julho de 1929.

No mesmo ano é contratado Gencsi Dezso, para jogador/treinador, internacional da Hungria, atleta de elevados méritos e com conhecimentos profundos para preparar as camadas do futuro.

O futebol torna-se o desporto mais popular no meio, aliás como no país e no mundo.
Vão-se extinguindo os clubes existentes, aparecem outros, como o Viana Futebol Clube e o União, entretanto também desaparecidos, resistindo o Sport Clube Vianense até aos dias de hoje com altos e baixos na sua prestação, mas à volta do qual se consolida e desenvolve o futebol regional.

Do seu “palmarés” ressalta a conquista da Taça Bento Coelho da Rocha em 1946, em “poule” disputada por valorosas equipas; Leixões, Sanjoanense, Sporting de Braga, Espinho, Fafe, Académico do Porto, Vila Real, Salgueiros, Ovarense, Gil Vicente e Leça e, mais tarde, o título de Campeão Nacional da 3.ª Divisão na época 1999/2000.
Hoje o SCV possui uma Academia credenciada pela FPF, donde se aguarda a formação de muitos e bons atletas, que alimentem a equipa sénior e os muitos clubes existentes no concelho.

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