Manuel Patinha e Sobral Centeno são dois artistas presentes na trajetória da Bienal Internacional de Arte de Cerveira. Até 06 de abril os autores estão de regresso ao Fórum Cultural de Cerveira, desta vez com exposições individuais, mostrando ao público as suas singularidades.
“Uma antologia de afetos” tem como fio condutor a produção artística mais recente de Manuel Patinha, natural da Póvoa de Santa Iria e residente na Galiza há 40 anos. No total, contam-se mais de uma centena de peças do autor na sala principal de exposições, sob a forma de escultura, desenho, fotografia, combinadas com prosa e poesia.
Ao longo dos 48 anos de percurso artístico, Manuel Patinha tem vindo a deixar a sua marca em Vila Nova de Cerveira. Em 1995 venceu o Prémio BMW na VIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira e um ano depois participou no “Encontro com o Granito – Simpósio de Escultura em Pedra”. Aço, bronze e granito são a matéria prima das obras “Avecristo” e “Dólmen Galaico Duriense” que se podem encontrar no roteiro artístico a céu aberto da “Vila das Artes”. Nas palavras da curadora Helena Mendes Pereira, esta é uma exposição em jeito de tributo: “Pintar (primeiro), esculpir (depois), desenhar e escrever (sempre) e fotografar (para sempre) são como um grito, uma revolta, uma afirmação e uma calma. Afetos em jeito de homenagem a um grande artista luso-galaico”.
Já no espaço da galeria, 35 pinturas de Sobral Centeno compõem a exposição “O Douro à tua frente”, cedida pela Fundação Museu do Douro. De acordo com a visão do artista, esta mostra apresenta-se como uma homenagem às gentes do Douro, aos seus lugares de memória e aos tempos de infância do próprio autor.
Sobral Centeno nasceu no Porto em 1948 e licenciou-se em Artes Plásticas na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian de 1983 a 1985. Tem participado em várias mostras coletivas em Portugal e no estrangeiro. Artista assíduo da bienal de arte mais antiga do país, Sobral Centeno tem duas obras representadas na Coleção da Fundação Bienal de Arte de Cerveira, uma peça realizada em 1978, no Atelier Livre de Artes Plásticas e a obra “Outros Lugares”, apresentada na XV edição (2009).