No passado dia 20 de fevereiro, faleceu Maria Alice Sousa Ferreira, com 88 anos de idade, nascida a 05 de março de 1930. Era viúva de Joaquim Rodrigues Neiva, natural de Vila Fria e residente na Rua da Cavagem. Foi a sepultar no cemitério de Vila Fria.
O seu marido faleceu ainda novo. Foi presidente da Junta de Vila Fria de 1967 a 1973, desempenhando o cargo com dedicação e muito esmero, a ele se deve o esforço desenvolvido para que Vila Fria, tivesse uma extensão do Posto Médico.
Para o efeito e de acordo com orientações superiores, adaptou o primeiro andar do edifício, onde funcionava, na época, a Junta de Freguesia, a consultório médico, sala de enfermagem, sala de espera e instalações sanitárias. Quando os trabalhos e as obras estavam concluídos, em 1971, não foi autorizado a abertura do Posto Médico, por razões políticas.
Foi necessário chegar a 1974, para os elementos da Comissão Administrativa, entidade que geria a freguesia após o 25 de Abril, Manuel Fagundes de Alpuim, Manuel Ribeiro Vaz, já falecidos, e Manuel Brito Felgueiras, se dirigirem à Segurança Social, a expor a injustiça que se verificava na freguesia, tendo, no mesmo dia, sido deliberado que o Posto Médico, seria de imediato posto a funcionar.
Assim aconteceu para grande alegria de toda a população da freguesia que ansiava há dezenas de anos por este serviço público. O afluxo de pessoas foi tão elevado que as instalações tornaram-se manifestamente insuficientes para ser prestado atendimento condigno à população.
A Comissão Administrativa decidiu construir de raiz um novo edifício de rés do chão, contíguo ao Edifício da Junta de Freguesia, destinado exclusivamente a Posto Médico, com amplos espaços, diversos gabinetes médicos e enfermagem; salas de espera; serviços administrativos e instalações sanitárias.
Embora houvesse colaboração das entidades públicas, como na época os recursos eram insuficientes, a população colaborou na construção com oferta de mão obra. Conforme se poderá constatar na Monografia de Vila Fria A Terra e a Gente, do Pe. Dr. Alípio Torres, pág. 411, já, em 1886, havia uma comissão de beneficência, que com fundos angariados, procurava atenuar e melhorar o estado sanitário da população pagando a deslocação do médico e a consulta.
Mas Joaquim Neiva, para além de esta e outras iniciativas colaborou com o pároco Dr. Alípio Torres, na remodelação da Residência Paroquial, que se encontrava em condições de inabitabilidade.
À família os meus sentidos pêsames.