A quadra pascal em Perre engloba uma atividade específica que envolve cerca de cem casas da freguesia. A atividade da Confraria prolonga-se durante todo o ano através de diversas tarefas, a exemplo da abertura da Capela do Senhor dos Passos (que pertence à Paróquia) todos os fins de semana, devidamente limpa e enfeitada com flores. Pertence-lhe também a responsabilidade da preparação da Procissão do Senhor dos Passos e do Sermão do Encontro, que ocorrem dias antes da Visita Pascal. E compete-lhes a comparência noutros eventos, a exemplo da peregrinação anual ao Monte de Sta. Luzia. Neste ano, por força das más condições climatéricas, o grupo cessante não pôde ver concretizados a Procissão e o Sermão do Encontro, não obstante todo o cuidado que colocaram na sua organização.
Nesta última quadra pascal cessou as suas funções o 10º grupo, que encerrou um ciclo de 10 anos protagonizado por igual número de pessoas, cada uma delas de uma casa e de um lugar diferentes, entendendo-se por lugar uma identificação tradicional/geográfica de Perre, que nem a implementação da toponímia teve o condão de erradicar. São, por isso mesmo, cerca de cem casas da freguesia a prestar esse contributo às atividades da Paróquia, transmitindo funções a filhos e netos, sem prejuízo da entrada ocasional de algum paroquiano interessado e/ou convidado.
Foi, portanto, empossado novamente o 1º grupo, que desempenhará funções até à quadra pascal de 2020. É necessário, por isso, que se passem 10 anos para que cada um dos grupos se apresente novamente. Certamente com mais cabelos brancos e muitos outros cansaços sobre os ombros, sempre ancorados na fé que ali os trouxe, tal como trouxe os seus pais e os seus avós.
A Páscoa em Perre
Como é hábito em Perre, a Visita Pascal decorreu no domingo e na segunda-feira (dias 21 e 22 de abril), principiando este ano pelo “lado da Costa” e terminando no segundo dia no “lado do Pisco”.
Entre nós não esteve o pároco da freguesia, que divide a sua atividade entre as paróquias de S. Miguel de Perre e S. Martinho de Outeiro. Foram estes últimos que usufruíram da sua presença, sendo substituído nas respetivas funções pelo Sr. padre Renato, que a freguesia já bem conhece.
Apesar dos insistentes avisos de chuva, o tempo ajudou, proporcionando-nos uma temperatura amena. Uma vez por outra o compasso teve de apressar o andamento para fugir de inoportunas bátegas, e o grupo de bombos e gaitas de foles teve de se abrigar nos telheiros, não fosse a chuva danificar-lhes os instrumentos.
Em conversa informal com um dos mordomos, soubemos da sua satisfação pela forma como o compasso foi acolhido. E, a exemplo do pároco da freguesia que já agradecera nas missas de sábado e de domingo seguinte o civismo e a devoção dos paroquianos que franquearam as portas a´O Ressuscitado, também eles nos solicitaram que tornássemos público o seu agradecimento. E decerto também a freguesia lhes agradece todos os serviços – que não são poucos – que prestaram durante um ano à Paróquia, de forma discreta e diligente.