Uma plataforma digital congrega informação, texto e fotografias, da Romaria D`Agonia. Esta foi uma das novidades apresentadas na última sexta-feira aquando da divulgação do cartaz da “maior romaria de Portugal”.
“Memórias da Romaria” é segundo o presidente da Comissão Executiva, uma forma de “transportar para o mundo virtual uma viagem ao passado da romaria”. António Cruz falava da história de 250 anos, e da possibilidade de “encontrar algumas raridades sobre as festas e as gentes de Viana do Castelo desde 1890, através de textos de época, explicações históricas, fotografias únicas reunidas ano após ano”.
Aquele responsável lembrava também que para além da inscrição online para o desfile da mordomia, este ano essa estratégia vai ser seguida ainda para a participação no cortejo.
“Não tenhamos dúvidas que é a maior romaria de Portugal, porque é feita pelas pessoas e com muito orgulho”, salientava o autarca vianense. José Maria Costa referia ainda que “toda a comunidade, em torno do mar, associa-se a esta festa do território, trazendo a sua vida e a expressão autêntica da festa do povo”.
A presidente da VianaFestas, entidade responsável pela organização, agradecia a todos os que tornam possível a realização da romaria. Maria José Guerreiro destacava os presidentes das juntas, as associações locais e os grupos folclóricos. “As festas vivem da colaboração e do contributo de todos”.
CARTAZ ELABORADO POR JOVEM DE VILA FRANCA
Desde 2010 que o cartaz oficial da Romaria D’ Agonia é escolhido através de concurso e em 2016, pela primeira vez, a autoria ultrapassou as fronteiras portuguesas.
Este ano o tema era livre e participaram 83 propostas. O júri escolheu o cartaz desenvolvido pela designer Ana Rocha, natural de Vila Franca do Lima. A “menina do cartaz” é Maria Salomé Silva. Com 25 anos, a psicóloga garante que cumpre “um sonho de criança” e mostra-se preparada para “honrar os vianenses”.
Ana Rocha já tinha concorrido em 2015, mas a proposta não foi escolhida. Este ano, voltou a arriscar e segundo a própria com a apresentação da “dualidade” da Romaria. “Temos representada a devoção dos pescados à Senhora D`Agonia e por outro a devoção da própria mordoma”.
Salomé Silva veste um traje à vianesa da Ribeira Lima, popularmente designado por “à moda de Santa Marta de Portuzelo”. Este traje, usado no passado em dias de grande festa, pelas filhas dos lavradores em algumas freguesias da Ribeira Lima, era um símbolo de estatuto social, da condição de ser filha de um lavrador, gentes com casa, terras e bens.
O traje é composto por camisa de linho bordada a azulão; saia listrada às riscas vermelhas, pretas e brancas, com uma barra de fazenda preta bordada a branco; avental de rosas tecido no tear; colete e algibeira ricamente bordados; lenços de cornucópias franjados em lã; meias de algodão rendadas e chinelas. Colmatando todo este conjunto encontrámos algumas peças de ourivesaria popular portuguesa adornado com o ouro cedido por amigos.
Em 2018 perto de um milhão de pessoas poderão ter passado por Viana do Castelo em quatro dias de festas da Senhora D’Agonia, considerada a rainha das romarias de Portugal