A deputada pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo, Liliana Silva, visitou, na passada semana, as instalações da Switch On, unidade de formação do grupo Painhas que funciona nas instalações do Seminário das Ursulinas.
Aqui decorrem, neste momento, cursos de formação profissional protocolados com o Instituto de Emprego, de dupla certificação e equivalência ao ensino secundário.
São cerca de uma centena os estudantes que frequentam os mesmos, a grande maioria dos quais originários de S. Tomé e Príncipe e com idades entre os 17 e os 20 anos. A deputada, acompanhada por José Aníbal Marinho, coordenador pedagógico e gestor da empresa, e Horácio Faria, diretor, contactou com alunos e professores da escola, a funcionar no Seminário das Ursulinas, trocando impressões com os mesmos sobre a atividade parlamentar, por um lado, e sobre os estudos, por outro.
Atualmente, estão a decorrer cursos de Técnico(a) Comercial (2 turmas), Técnico(a) de Instalações Eléctricas, Técnico(a) de Logística e Técnico(a) de Medições e Orçamentos. Ainda este mês deverá ter início o curso de Técnico(a) de Vendas.
Foi notório o ambiente de entusiasmo existente na escola. Todavia, poderá haver alguma “dificuldade em perceber” o potencial dos cursos, reconhecidos com carteira profissional e permitirem, atualmente, uma saída profissional garantida, nomeadamente, nas empresas do grupo Painhas.
ENCANTADA COM ACOMPANHAMENTO DOS ALUNOS
Em conversa com a deputada Liliana Silva, esta notou que foi convidada, observando que é conhecendo as instituições e as entidades no terreno que se pode “fazer e desempenhar o nosso papel”.
“Vim com alguma curiosidade porque não sabia nada. Saio daqui encantada, principalmente com esta parceria que existe também com outros países para trazer alunos, dar-lhes formação e acompanhamento, verificar o carinho com que são tratados e acompanhados nesta instituição e também verificar que são cursos alternativos aos outros mais regulares”, referiu ao A AURORA DO LIMA.
“São cursos em áreas, como se viu, onde há muita falta de mão de obra e há poucas pessoas a querer formar-se nas mesmas. Quando surge estes cursos tão completos e dizem que têm lugar para todos, isto é de uma satisfação enorme. É nisto que vale a pena investir”, acrescentou.
Liliana Silva observou também que nos últimos anos mudou-se o paradigma educacional. “Havia uma necessidade muito grande de toda a gente ir para a universidade e os próprios pais faziam muito gosto nisso. Acho que hoje em dia isso já não acontece tanto. Já se olha mais para aquilo que se quer fazer e se gosta e quais são as áreas onde realmente faz falta e começa-se a trabalhar nestes cursos”.
PROCESSO NO SEF
A deputada observou que, agora, é preciso, ver até que ponto determinadas questões podem ser melhoradas, de forma que estas instituições possam exercer as suas funções e as próprias entidades do Estado sejam facilitadoras da missão dessas mesmas instituições e não bloqueadoras.
“Se elas estão a efetuar um bom trabalho no terreno, temos de as ajudar a crescer e a trabalhar cada vez mais. Nunca a bloquear “, enfatizou.
Uma das questões tem a ver com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e os alunos estrangeiros (no caso, de S. Tomé e Príncipe) que vêm para Portugal estudar.
“O que nos foi comunicado é que, se calhar, estão a demorar mais tempo que o processo administrativo para a formação destes mesmos cursos precisa. Todo o processo no SEF está a demorar demasiado tempo e a não ser um facilitador na atividade que esta empresa quer desempenhar”.
“É esse trabalho e é essa também a minha função. Puder chegar à Assembleia da República, quando tiver audição com o ministro da Educação ou eventual contacto direto com o SEF, e perceber de que forma, em termos da Assembleia, pudemos contribuir para melhorar estas mesma dificuldades com que estas entidades se deparam”.
A parlamentar alto-minhota considera, mesmo, que a mais valia destes cursos é serem muito direcionados para a áreas em que há falta de pessoal no nosso país e noutras partes do mundo.
“Os alunos saem daqui formados com uma carteira profissional e habilitados para exercer as suas funções no dia a seguir. Havendo falta destes profissionais, podemos quase garantir que eles têm emprego a 100 por cento”.
“Acho que isso é fundamental. Até que as áreas se adaptem às necessidades de cada região. Se aqui se trabalha muito no âmbito da pesca, da agricultura, a parte de eletricidade, se temos uma grande empresa como esta que está associada à Switch On e que faz crescer esta área, então devemos apostar nesta área de formação. Não vale a pena estarmos a produzir mais do mesmo. Temos que apostar na área diferenciada”, aferiu.
IR À ASSEMBLEIA
Durante a visita, houve alunos a manifestarem o desejo de ir a Lisboa visitar a Assembleia da República.
“Disse-lhes e mantenho. Se eles quiserem ir à Assembleia da República, se a instituição se organizar para ir, terei muito gosto em recebê-los lá, em mostrar as instalações, explicar-lhes in loco como tudo funciona, levá-los à sala das comissões. Isso também é importante para eles, também faz parte da Educação para a Cidadania, fomentar a participação cívica dos alunos e, acima de tudo, verificarem efetivamente quais são as funções de um deputado e que a política é muito mais do que aquilo que se diz por aí… política não é quando se diz que os políticos são todos iguais; isso é politiquice.”