No seguimento do que tem vindo a verificar-se nas sucessivas edições das festas em honra do Senhor do Cruzeiro e das Necessidades, a expectante e solene procissão com que culminam os diferentes atos religiosos do programa das festividades decorreu com a habitual adesão popular e a grandiosidade que lhe é amplamente reconhecida.
Na realidade, a participação e a aproximação em rigor da composição dos quadros bíblicos, os seus ornamentados andores, as jovens vestindo os tradicionais trajes regionais minhotos adornados a ouro, o alinhamento ordenado dos figurantes, em grande número as crianças, a compenetração dos elementos que encarnam as diferentes personagens, as Confrarias com as suas bandeiras, os juízes de vara e opas vermelhas, a fanfarra a marcar a cadência da marcha, os romeiros em cumprimento de promessas alinhados em duas filas e os seus acompanhantes, o juiz perpétuo representante da Casa do Paço, dos Condes de Almada, as entidades autárquicas e autónomas locais e concelhias representadas pelos seus aprumados responsáveis, constituem um séquito alongado que se aproxima, em extensão, em metade do itinerário a cumprir o estimado em mil e quinhentos metros.
Ao longo do percurso que tem vindo a ser cumprido nas últimas décadas, grupos de cidadãos, com ou sem mobilidade, alinham-se junto aos passeios da via ou nas sacadas das habitações, concentram-se sobretudo no centro cívico da Freguesia, no Largo Capitão Gaspar de Castro, assistindo em respeitoso silêncio à marcha demorada do alinhamento processional.
Uma hora e quarenta minutos após ter saído, o andor com a imagem do Senhor do Cruzeiro e das Necessidades, sobraçando com o braço esquerdo a Cruz do Supremo suplício, suportado no vigor e na força de uma vintena de mordomos, transpõe, em segurança, a porta da igreja paroquial.
Pároco
O pároco residente na paróquia de Santa Eulália de Lanheses e São Paio de Meixedo, da Diocese de Viana do Castelo, padre Daniel Jorge da Silva Rodrigues, completou no dia 31 de julho 25 anos sobre a data da sua Ordenação Sacerdotal, pelo que as associações ativas das comunidades que pastoreia, os seus familiares e amigos próximos, e a população em geral, desejaram comemorar a efeméride numa manifestação de profundo reconhecimento e admiração pela ação altamente devotada e profícua da vida e obra do notável sacerdote.
O padre Daniel Rodrigues, natural da freguesia de S. Pedro de Arcos, do concelho de Ponte de Lima, com família ramificada em Lanheses, tinha obtido a Ordenação como Diácono em 01.08.1993, assumindo desde há cerca de duas décadas a orientação espiritual das referidas paróquias.
O Ato de Ação de Graças constante das intenções dos promotores da homenagem continha a celebração da Eucaristia Solene, e um lanche-convívio a decorrer no pavilhão gimnodesportivo da Casa do Povo local.
Assim, pelas 16h30 do domingo, dia 05 de agosto, num palco amovível levantado no pátio exterior da Casa secular dos Condes de Almada, de que é atual titular D. Lourenço d’ Almada, teve lugar a Eucaristia Solene presidida pelo pároco Daniel Rodrigues, sendo acolitado pelo monsenhor Sebastião Ferreira, Vigário da Cúria da Diocese, entre outros sacerdotes presentes no palco. Na breve homilia que proferiu, o celebrante reafirmou o valor da oração ensinando que ela é “um machado que abre o coração de Deus”, conceito sob o qual teceu a sua asserção improvisada.
O acompanhamento musical do ato esteve a cargo de um coro misto constituído por elementos de cinco paróquias distintas.
Antes da Benção Eucarística final, usou da palavra o monsenhor Sebastião Ferreira para salientar a intensa, muito meritória e profícua ação do padre Daniel Rodrigues no exercício de cargos relevantes na Cúria Diocesana e no exercício paroquial, bem como na Casa Sacerdotal de que é atual presidente da direção.
Diversas associações e entidades ligadas aos fins da Igreja Católica fizeram questão de oferecer ao homenageado lembranças pessoais, destacando-se uma brochura relacionada com o culto Mariano em Portugal, cujo estudo específico e missão especial lhe foi confiada.
Com o entardecer do dia, foi-se lentamente esvaziando o pátio do vetusto e belo solar da Família dos Condes de Almada, amavelmente disponibilizado à comunidade lanhesense.