Pintura em tecido feita por duas naturais da Freguesia

Margarida Martins Araújo integra o grupo de artesãos de Santa Marta de Portuzelo. A freguesia muito se orgulha de todos eles, o que é compreensível, tal a sua qualidade, especialmente visível na manufaturação de bordados e trajes regionais, chinelas, ramos e velas votivas, entre outros artefactos indiferenciados, como criações com escamas de peixe ou trabalhos em metal e madeira. Mas a toda esta riqueza criativa acresce a “Pintura em tecido” a que se dedica a Margarida.

Dos diferentes trabalhos, destacamos os enxovais de bébé, panos e toalhas de mesa, toalhas de banho, tapetes e outros artigos. Todos belos e sedutores. A Margarida terá desenvolvido os genes herdados de seu pai, Constantino Araújo, de quem diz, orgulhosamente, «ser bom de mãos» e um homem que «sabe fazer». Daí que, além dos trabalhos referidos, ainda se dedique à pintura à mão de sabonetes, tenha pela casa interessantes telas a óleo e pintura em vidro e esteja decidida a responder ao desafio da Câmara Municipal para a criação de um presépio, a pintar em tecido e que se prevê esteja patente ao público entre finais de novembro e janeiro.

Questionada do porquê da opção pelo tecido, diz que sem saber pintar já adquiria revistas da especialidade. Estamos na presença de mais uma criadora autodidata, mas que sabe o caminho que vem trilhando, pois há muito que é sócia da “MAOS-Movimento de Artes e Ofícios”, com sede em Mazarefes, que todos os meses, no segundo sábado, organiza a “FAM-Feira de Artesanato e Manualidades”, no Jardim Marginal. Para além da referida FAM, também é presença assídua na Feira de Artesanato da Sra. da Agonia e na Semana Cultural de Santa Marta de Portuzelo (última semana de julho). Tem clientes um pouco por toda a parte, designadamente Brasil, Luxemburgo, Suíça e Suécia. No Facebook dispõe da página “Margarida Araújo Artesanato” que merece ser visitada.

Arte do bordado
A criatividade e sensibilidade artística de Flor Gomes possibilitaram a aliança da pintura e da fotografia com a arte de bordar, mesmo sem querer ser bordadeira. A história é curiosa. A Flor participou numa ação de formação de bordados e, pese embora ter descoberto que não quer ser bordadeira, quis dar utilidade ao que aprendeu. Decidiu-se, então, por aplicar a prática artística do bordado na composição de uma coleção de trabalhos, que expôs durante o mês, no Hotel Flor de Sal. Pegou em parte do património arquitetónico da cidade de Viana do Castelo, desde belezas como a igreja Matriz, a Estátua de Viana e o templo de Santa Luzia, a que acrescentou a companhia do cruzeiro e igreja de Santa Marta. Acabou a criar algo que veio ‘bordar’ as nossas ideias e deixar-nos uma sensação feliz numa diferente forma de encarar preciosidades arquitetónicas tão familiares.

Tal, permita-se, mais não é que ir ao encontro da autora quando diz que «a arte não é mais do que fazer feliz quem a faz e quem a vê». Cremos ter sido mais uma aposta ganha pela Flor, Artista Plástica, mestre em Educação Artística e Professora de Educação Visual e que, em 2018, foi coordenadora do Atelier de Artes Plásticas da XX Bienal de Artes de V. N. Cerveira. As nossas felicitações por mais este trabalho e votos de sucesso.

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