Rui Rio esteve recentemente numa unidade hoteleira de Viana do Castelo. Foi numa ação de campanha com vista às eleições diretas, em janeiro, para escolher quem irá, a partir de então, liderar o PSD.
Rio, que se recandidata à liderança do PSD, com Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz, defendeu que o partido tem de fazer uma oposição credível que também passa por “concordar” com os outros partidos, admitindo que “não fazem tudo mal”. “Para sermos credíveis, para termos uma oposição credível, aquilo que tem de acontecer é sermos capazes de fazer tudo isto: criticar, apresentar alternativa, denunciar e concordar. Eles não fazem tudo mal. Se fazem tudo mal também podem olhar para nós e dizer que fazemos tudo mal”, afirmou.
Rio disse discordar totalmente de que a oposição do PSD deva ser destrutiva e bloqueada. “Ou seja, voto contra tudo […]. De onde vem o diploma? Se vem do PS ou do PCP, sou contra. Isto é uma coisa acéfala. Amanhã até pode dar-se o caso de termos um outro partido a propor algo que nós próprios já propusemos e agora votamos contra”, especificou.
Na sua opinião, a postura de criticar, apresentar alternativas, mas também concordar “colhe maioritariamente dentro do PSD, mas não colhe totalmente”. Ainda assim, acrescentou, apenas uma minoria olha para esta questão de uma “forma algo futebolizada”.
Rio entende que os dois próximos anos devem ser marcados, no PSD, pelos desafios das eleições autárquicas e de abertura à sociedade civil.
A distância entre o partido e os cidadãos “vai aumentar”, porque “a população portuguesa olha para os partidos com desconfiança”, por estes se terem “afastado das causas das pessoas”, lamentou.
“Temos é de trazer as pessoas cá para dentro […].É um grande desafio para os próximos dois anos para que, efetivamente, não haja ninguém que não encontre um espaço para falar com os seus pares”, advogou, referindo-se aos diferentes setores, desde a saúde, educação e agricultura.
Foto: Né Basto