No dia 31 de janeiro, a Fundação Gil Eannes celebrou os 22 anos da chegada do navio-hospital à cidade, após o resgate na “sucata”. O livro “Gil Eannes – o Anjo do mar” marcou a sessão, que contou com a abertura de 27 novos espaços a visitar.
“Este navio estava vendido à sucata”, referia o autarca vianense. José Maria Costa lembrava a mobilização da comunidade vianense. “Passados 22 anos temos de agradecer a todos que desde o início colaboraram para que o navio chegasse até hoje. Este é um projeto da cidade e de cidadania”.
Com as portas abertas a visitas desde agosto de 98, o navio-hospital já recebeu mais de um milhão de visitantes. “Fez-se um trabalho gigantesco de reabilitação”, manifestava o também presidente da Fundação Gil Eannes. Adiantando também a aposta do Município na criação de um Centro de Mar, a bordo do navio, permitindo que os alunos das escolas façam atividades. “Queríamos dotar o navio de um espaço de reflexão. Seja um projeto de memória, mas também de projeção do futuro”.
Num investimento de cerca de 200 mil euros foram recuperadas as áreas anteriormente ocupadas pela Pousada da Juventude. O camarote do médico e dramaturgo português Bernardo Santareno foi um dos 27 espaços, que incluiu as lavandarias, enfermarias, rouparias e alojamentos do capelão e pessoal médico. João Lomba da Costa, do Conselho de Administração da Fundação Gil Eannes enaltecia o trabalho “minucioso” do pessoal. “Foi um trabalho muito grande e recuperamos à imagem inicial do projeto”.
Ao longo de dois anos, Nicolau foi um dos elementos que esteve na recuperação. Aquando da visita às novas áreas dizia: “fomos ao pormenor. Nasce tudo do zero, mas está como o original”.
O livro “Gil Eannes – o Anjo do Mar”, da autoria de João David Marques é editado em quatro línguas (português, inglês, alemão e francês) e apresenta informação (texto e fotografias) da história do navio-hospital até à transformação em Museu.
A viagem inaugural do navio Gil Eannes, que partiu dos antigos Estaleiros Navais de Viana do Castelo aconteceu no dia 24 de abril de 1955 e nela partiram, para Lisboa, diversas personalidades, entre elas o escritor norte-americano, Ernest Hemingway.
CMR