Em ano de comemoração dos 25 anos, o Clube de Atletismo Olímpico Vianense conta com perto de centena e meia de atletas divididos em várias disciplinas do atletismo.
Fernando Alves lidera o projeto e informa sobre os eventos cancelados pela pandemia da Covid-19 e das consequências financeiras.
Focados em manter a “qualidade”, o CAOV espera ver atribuído o Estatuto de Utilidade Pública ainda este ano. Um objetivo ambicionado desde 2018.
A Aurora do Lima (AAL): Há quanto tempo existe o Olímpico Vianense?
Fernando Alves (FA): O Clube de Atletismo Olímpico Vianense tem 25 anos.
AAL: Por que decidiram criar este clube? Quem o fundou?
FA: Após uma fase de alguma indefinição da modalidade no concelho e a extinção da secção de Atletismo do Sport Clube Vianense, um conjunto de jovens atletas e treinadores decidiram avançar para a criação de um novo clube. O CAOV foi fundado a 31 de outubro de 1994 com o apoio da autarquia, implementando e dinamizando um projeto na cidade de Viana do Castelo cujos objetivos eram aproveitar os praticantes da extinta secção do SC Vianense e captar outros jovens para a prática do Atletismo. Nesse sentido, permitir a fixação de todos os atletas e fazer com que os que representavam outros clubes viessem a representar o novo clube e o concelho de Viana do Castelo. Como metas, o CAOV pretendia criar um polo de qualidade que concentrasse atletas e outros jovens que demonstrassem qualificação, no sentido de potenciar e rentabilizar as suas capacidades, permitindo efetivamente que estes chegassem ao mais alto nível de rendimento, em representação da região vianense, de uma forma digna e prestigiante. Foi de facto por muito pouco que não alcançamos este objetivo e conseguimos fixar e transferir para o nosso clube todos os principais atletas da modalidade que representavam clubes exteriores ao concelho.
AAL: Dedica-se em exclusivo ao atletismo?
FA: Ao longo de toda a sua existência, o Olímpico Vianense dedicou-se ao atletismo, tanto na vertente da formação como da competição. Atualmente, possui também uma secção de Trail.
AAL: Estão orientados em exclusivo para a competição?
FA: A atividade do Olímpico Vianense não está apenas orientada para a competição e, neste sentido, procuramos criar um Centro Municipal de Marcha e Corrida, em 2015. Tal não foi possível e criamos internamente uma secção para a promoção da atividade física, procurando ir ao encontro da população sénior e mais vocacionada para a atividade física e lazer, na perspetiva da saúde e bem-estar.
AAL: Quantos atletas?
FA: O CAOV conta atualmente com 140 atletas em ambas as secções, entre a formação e competição.
AAL: De que idades?
FA: A nossa faixa etária incide-se entre os oito e 60 anos.
AAL: Em que competições participam?
FA: A participação dos nossos atletas incide prioritariamente sobre o calendário nacional da Federação Portuguesa de Atletismo, Associação de Atletismo de Viana do Castelo e Agrupamento da Zona Norte e da Associação de Trail Running de Portugal. Contudo, os nossos atletas participam com frequência em diversas competições de cariz popular.
AAL: Tem alguma sede? E espaço de treinos?
FA: A sede é no Estádio Municipal Manuela Machado, cedida pela Câmara Municipal de Viana do Castelo. O local de treinos é, sobretudo, no estádio municipal. Ainda assim, frequentamos outros locais disponíveis na cidade, em particular ao ar livre.
AAL: Esta pandemia afetou, de alguma forma, o clube?
FA: A pandemia da Covid-19 veio também afetar a prática desportiva. Foram cancelados todos os treinos em grupo, no estádio e fora do mesmo, e o quadro competitivo. Para além desta vertente, o clube foi forçado a cancelar a realização da VIII edição do Trail de Santa Luzia, marcada para o mês de abril e o Dia Olímpico, previsto para o mês de junho. Outra área afetada foi a financeira. O clube mantém os compromissos assumidos, mas as receitas diminuíram drasticamente, como por exemplo, os patrocínios e as mensalidades provenientes dos atletas da Academia.
AAL: Quais são os objetivos futuros? E as necessidades?
FA: O CAOV pretende manter o foco na missão inicial. Nesse sentido e projetando o futuro, continuaremos a assegurar na cidade e concelho de Viana do Castelo, um polo de qualidade de prática desportiva, em particular, de atletismo, procurando, para além da formação integral dos nossos praticantes enquanto cidadãos, rentabilizar e potenciar as capacidades e o talento desportivo, na perspetiva de virem a ser representantes no nosso concelho em grandes competições desportivas nacionais e internacionais. Quanto às necessidades, elegemos como prioritárias para esta e a próxima época, a atribuição do Estatuto de Utilidade Pública cuja candidatura foi efetuada em 2018. Pretendemos apetrechar o ginásio de apoio aos atletas de rendimento com material necessário como complemento e reforço da prática desportiva e continuidade dos apoios municipais, revertidos nos protocolos, regular e de apoio aos atletas de alta competição. É nosso interesse ainda, a assinatura de um protocolo de cedência com prazo mais dilatado da atual sede, no Estádio Municipal Manuela Machado, assim como o seu melhoramento, tornando-a mais funcional.
AAL: Contam com algum tipo de apoio?
FA: A Câmara Municipal de Viana do Castelo é o nosso principal parceiro, a quem aproveitamos para agradecer. Contamos ainda com o apoio de um conjunto de empresas da região, que têm colaborado e contribuído para a prossecução dos nossos objetivos: Associação Aliança de Negócios, Blisq Creative, Grupo Quércia, Reabilitar Viana, Nutrivending, ViaVolt, Móveis Carla, Táxis Vianense, Ameadela Pastelaria, PA–Painhas, Dental, Arytubo, Meadela Peças, Peryfect wood, Tintas 2000, Caixa Crédito Agrícola, Talho Valverde e Auto-areosa.