Câmara suspende abate de plátanos até final do mês

No final da reunião extraordinária, que decorreu na última sexta-feira, o edil José Maria Costa anunciou a suspensão da obra até ao dia 30 de setembro. A Associação de Moradores do Cabedelo vai reunir e procurar o “melhor equilíbrio entre o desenvolvimento económico da região e a parte ambiental”.

“Assumi um compromisso com a Associação de Moradores do Cabedelo. As obras estão suspensas até 30 setembro. Há um acordo de princípio com a Associação para não mover a providência até haver a auscultação aos sócios das propostas que já foram sujeitas a uma análise conjunta”, referia o autarca vianense. O autarca falava de um projeto que foi aprovado por todos. Na Assembleia municipal de 28 de abril de 2008 houve apenas uma abstenção.

O autarca do PS dizia que os plátanos não são árvores autóctones, mas exóticas. E adiantava que “se há Município que tem tido preocupações ambientais quer com plantação de árvores, quer com a erradicação de espécies invasoras”, é Viana do Castelo.

“São 30 plátanos e vamos fazer a plantação de 200 árvores no Cabedelo de espécies autóctones”, frisava. Adiantando que a via dos plátanos tem uma extensão de cerca de 628 metros e a execução da rotunda terá cerca de 50 metros. “Naturalmente são algumas árvores (…) há ali um contínuo visual”. Adiantando que “há uma abertura total para podermos encontrar soluções”.

“Teremos mais uma ou duas reuniões. As que forem necessárias para chegarmos a um acordo, no sentido de perceber melhor algumas situações. A nossa abertura é total, como sempre para discutir, avaliar, para melhorar”, acrescentou.

Apesar de garantir que “o projeto não pode ser alterado a meio do percurso”, manifestou vontade em estudar “ melhorias, do ponto de vista ambiental e paisagístico, de segurança rodoviária e pedonal”.

ASSOCIAÇÃO “SATISFEITA” COM ABERTURA
O presidente da Associação de Moradores do Cabedelo, Vítor Dinis, que marcou presença na reunião extraordinária, mostrava-se, no final, “satisfeito” com a abertura para o diálogo.

“Estamos a ouvir-nos uns aos outros e agora vamos avaliar, com bom senso de ambas partes, o melhor equilíbrio entre o desenvolvimento económico da região e a parte ambiental”, disse. Acrescentando que “estamos a avaliar, havendo esta abertura este instrumento [providência cautelar] será avaliado nas próximas horas, dias, dado que o espaço para falar está aberto. Há um compromisso que até 30 setembro o executivo camarário não avança com o abate. Para já estamos de boa-fé a trabalhar de forma aberta e transparente. Havendo essa abertura, vamos seguir esse caminho e outros instrumentos serão usados caso não se chegue a bom porto”.

VEREADORES PEDIRAM REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA
Os vereadores do PSD e CDU pediram a realização da reunião extraordinária para debater a questão do abate dos plátanos para a execução dos acessos ao porto de mar.

A vereadora do PSD, Paula Veiga, dizia que “não é novo que estejamos preocupados com este projeto. Temos consciência de todos os aspetos que foram abordados nas reuniões, mas achamos que houve aspetos que não foram referidos”. No final da reunião manifestava que “a nossa preocupação básica era a de esclarecer todas as dúvidas que a população tem sobre este processo. (…). Fico muito agradada porque vimos esta abertura do executivo”.

Já a vereadora Cláudia Marinho frisou que “nunca fomos contra os acessos ao porto de mar (…) sempre apresentamos soluções e alternativas”. Aos jornalistas informava: “pedem-se alternativas e que, de uma vez por todas, as sugestões que a CDU apresentou em tempos, agora e que poderá vir a apresentar, sejam tidas em conta para enriquecer as melhorias que venham a ser decididas e para impedir que as árvores sejam abatidas em forma tão numerosa”.

Item adicionado ao carrinho.
0 itens - 0.00

Ainda não é assinante?

Ao tornar-se assinante está a fortalecer a imprensa regional, garantindo a sua
independência.