A classificação da Serra d`Arga como Área de Paisagem Protegida de Interesse Regional deverá estar concluída no início de 202l para garantir a proteção daquele território, disse, à agência Lusa, o coordenador do projeto.
Guilherme Lagido apontou o final deste ano para a constituição de uma associação de municípios, que juntará os concelhos de Caminha, Viana do Castelo, Ponte de Lima e Vila Nova de Cerveira, e ainda a obtenção de um parecer, pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), sobre o regulamento da futura Área de Paisagem Protegida.
“A constituição da associação de municípios tem de ser submetida à aprovação dos executivos e das assembleias municipais, sendo que estas últimas só reunirão em dezembro. Nessa altura, já teremos o parecer do ICNF. A partir daí, o regulamento entra em discussão pública. Concluída essa consulta, o regulamento será publicado em Diário da República. Acredito que logo no início de 2021 teremos condições para ter a Área de Paisagem protegida formalmente constituída”, explicou o também vice-presidente da Câmara de Caminha.
Em setembro, os executivos municipais dos quatro municípios parceiros no projeto “Da Serra d’Arga à Foz do Âncora” aprovaram, por unanimidade, a constituição de uma associação de municípios com fins específicos para garantir a gestão do território a classificar.
A Área Protegida “está praticamente estabilizado” e abrange uma área de 10 mil hectares, dos quais 4.280 hectares encontram-se classificados como Sítio de Importância Comunitária.
Naquela área, “cerca de 90% dos 10 mil hectares da Serra d’Arga distribuem-se pelos concelhos de Caminha e Viana do Castelo, 8% no concelho de Ponte de Lima e os restantes 2% em Vila Nova de Cerveira”.
Os municípios envolvidos no projeto de classificação consideram que “a Serra d’Arga constitui uma área emblemática, pela vastidão das paisagens agrestes do seu topo e também pela singularidade dos seus valores naturais”.
Apontam os “10 tipos de ‘habitat’ de importância comunitária, a riqueza florística, com 546 espécies de plantas vasculares, incluindo 32 espécies raras ou ameaçadas de extinção, a presença confirmada de mais de 180 espécies de vertebrados selvagens, entre as quais espécies raras e emblemáticas como o lobo, a salamandra-lusitânica e o bufo-real”.
“A Serra d’Arga providencia um conjunto de serviços de ecossistemas que devem ser salvaguardados e potenciados tendo em vista a melhoria do bem-estar das populações locais, a proteção e aumento da biodiversidade, a mitigação e adaptação aos impactes das alterações climáticas, e a reunião das condições de suporte para o desenvolvimento de uma economia verde”, descrevem os quatro municípios no documento que aprovaram a autorizar a constituição da associação responsável pela criação da área protegida.