Mais uma vez, as professoras do Centro Escolar de Barroselas, Teresa Almeida Costa, Laura Amorim, Conceição Gonçalves e Luz Freitas, promoveram uma homenagem aos combatentes do antigo Ultramar, a propósito do “25 de Abril”.
Assim, ao início da tarde, do dia 26 abril, aquelas docentes chegaram ao Largo dos Combatentes, onde já as esperavam os membros da Comissão dos Combatentes de Barroselas, constituída por Manuel Maciel Barbosa, presidente, Manuel Costa Pereira, secretário e os vogais António Ferros, Sebastião Barbosa e o porta-voz da Comissão, Rogério Pereira, e ainda o presidente da Junta de União de Freguesias de Barroselas/Carvoeiro, Rui Sousa.
De seguida, as professoras, acompanhadas do presidente Comissão, colocaram na base do Monumento, uma coroa de cravos vermelhos, seguidamente a professora Laura Amorim usou da palavra para referir que aquela homenagem, repetida há alguns anos, este ano teve de ser feita sem a presença dos alunos, devido à pandemia de Covid-19. Contudo, acentuou a finalidade, que é “não perder os valores da liberdade”.
Seguiu-se no uso da palavra, o presidente da Junta, que louvou a iniciativa e agradeceu aquele gesto humanitário, louvou depois os combatentes, pelo zelo que tem posto na conservação do monumento.
A finalizar, Rogério Pereira deu aos presentes uma panorâmica da forma como foi viver aquela guerra, mas que apesar de tudo, os combatentes continuam a ter orgulho em ter envergado a farda do Exército Português.
A Casa do Povo já pode ser demolida
A frase, dita desta maneira, pode parecer um “disparate”, contudo, se analisarmos as circunstâncias, chegamos à conclusão, que não será tanto assim, porque o único serviço útil, que ali funcionava era a delegação da Segurança Social, que passou para as instalações da Loja do Cidadão.
O edifício da Casa do Povo foi construído no ano de 1936, à revelia dos “homens bons de Capareiros”, porque a sua construção foi obra do “mandante” da freguesia, daquele tempo, que era o pároco. Nessa altura, alguns membros da Junta de Freguesia e familiares não concordaram com a obra, construída no Largo de S. Sebastião, que era património da Comissão Fabriqueira, portanto da paróquia.
Essa prepotência criou uma cisão, entre os paroquianos, que durou décadas. Mesmo assim, naquele tempo de “quero, posso e mando”, a construção da Casa do Povo não parou, em cujos alicerces, foram metidas as 13 cruzes, do Calvário da freguesia, trabalhadas em cantaria, das pedreiras de Roques, de Vila de Punhe.
Os protestos subiram de tom quando os lavradores e simples caseiros foram obrigados a pagar uma quota, correspondente ao valor do rendimento das terras que cultivavam. Apesar dos surdos protestos, porque era o tempo da ditadura, todos aguentaram de “bico calado”. Mesmo assim, não se pode negar, que nas décadas de 40-60, do século passado, o edifício teve certa utilidade, porque num tempo em que não havia televisão, as pessoas encontravam-se naquele espaço.
O edifício de rés do chão permitia que, nas tardes de domingo, os populares se entretivessem a jogar às cartas e nós, jovens desse tempo, jogávamos jogos de tabuleiro ou ping-pong. O contínuo, senhor Joaquim Fernandes Dias, (Joaquim Ferrador), fornecia as cartas, raquetes e bolas, e mantinha a devida ordem.
Como o salão era dotado de um palco, foi também ali que foram encenadas, pelo Grupo Cénico de Barroselas, interessantes peças de teatro, entre as quais, as que ficaram na memória, como a “Casa de pais” e “As árvores morrem de pé”.
A Casa do Povo, na sua “triste sorte”, com a alvorada de Abril de 1974, quando uma onda “esquerdista” esteve no poder, viu ser colocado, sobre o interessante edifício, um primeiro andar. A obra foi feita sem um projeto de engenharia, portanto, sem os devidos cálculos matemáticos. O pavimento desse 1.º andar, apresenta agora, no centro um abaixamento, em relação às paredes exteriores, de cerca de três centímetros, o que fez descolar a tijoleira do pavimento, pondo em causa a segurança de todo o edifício, tornando impraticável a sua utilização, muito menos para espetáculos teatrais, embora o palco esteja nesse andar.
Postas as coisas neste pé, se não for encontrada outra solução para a edifício, conforme há tempos preconizou o secretário da Junta de Freguesia, que era transformar o espaço num Auditório, a demolição será o destino.
Resta acrescentar que no presente o edifício pertence à Junta de Freguesia, porque quando foi extinta a Junta Central das Casas do Povo, um grupo de sócios, no qual se incluía o autor destas linhas, convocaram uma Assembleia Geral, dos ainda sócios, e estiveram presentes, em grande número, vindos de Alvarães, Barroselas, Carvoeiro, Mujães e Vila de Punhe, que era a área da Casa do Povo, e, por unanimidade, deliberaram entregar o edifício à Junta de Freguesia de Barroselas. O ato foi confirmado por escritura pública, lavrada no Cartório da Dr.ª Isaura Abranches, em Viana do Castelo.
Portanto, como a Casa do Povo pertence à Junta de Freguesia, à autarquia cabe resolver a situação, ainda que seja a sua demolição, restituindo o espaço ao domínio público.
Aqui fica este apelo à União de Freguesias de Barroselas/Carvoeiro para solucionar o assunto, que será do interesse das gentes de Barroselas.
Pavimentação da ER308
Foi aprovado, em reunião ordinária de executivo, o projeto, caderno de encargo e abertura de procedimento concursal para a empreitada de pavimentação da ER308 Barroselas, entre o km 4,380 e km 6,322, para conclusão de obras relacionadas com ocupação do subsolo para instalação de infraestruturas, num investimento superior a 250 mil euros.
De acordo com a informação, a ER 308 encontra-se, na área em causa, “muito danificada devido às várias obras consecutivas de instalação de redes de abastecimento de água e redes de drenagem de águas residuais” através de empreitadas promovidas ao longo dos últimos anos, pelo que se torna necessária a pavimentação da estrada.
Esta obra acontece no espírito da colaboração técnico-financeira que o Município de Viana do Castelo vem desenvolvendo com todas as Juntas e Uniões das Freguesias.
Recorde-se que o Plano e Orçamento de 2021 inclui um acréscimo orçamental de 10% em valor de investimento global para a Coesão Territorial e o desenvolvimento das freguesias, para obras de intervenção direta das freguesias.
As Uniões e Juntas de Freguesia têm, assim, os meios necessários para poderem continuar a postar na qualidade de vida dos seus fregueses nomeadamente em obras de beneficiação de espaços públicos, arruamentos, equipamentos culturais, de utilização pública e desportivos.