No decorrer das obras que estão a ser efetuadas, na requalificação do adro da igreja de Afife, quando os trabalhadores faziam a remoção do empedrado na entrada principal da igreja, depararam-se, logo por baixo da laje, com um túmulo, cavado em rocha e na posição de cabeceira para o lado do mar.
A remoção da descoberta foi seguida pelos técnicos da área de arqueologia. No seu interior, nada se encontrava e até ficou no ar a ideia de que a sepultura que se encontra no lado norte do adro, com uma laje contendo inscrições, não seria a tampa deste túmulo
Para que os trabalhos pudessem prosseguir, o túmulo em granito foi removido para o lado sul do adro e é intenção da junta de freguesia vir a colocá-lo, devidamente protegido, num espaço do adro, depois de concluídas as obras, de modo a que este possa ser visto. Pouco se sabe, da origem deste, mas certamente que o estudo sobre o seu aparecimento, pode vir a esclarecer algumas dúvidas.
ANTIGOS COMBATENTES
Afife viu partir, num curto espaço de tempo, dois antigos combatentes da guerra do Ultramar, Tomás Poço, que serviu o exército português, tendo sido destacado para o interior de Angola, dizia-se abandonado pelo Governo, só tendo tido conhecimento que havia acontecido o 25 de Abril, dois meses depois e tendo regressado a Luanda com alguns colegas, com dificuldades de transportes, pois algumas guarnições, já haviam abandonado os locais onde estavam e onde esperavam encontrar ajuda.
Agora, Afife foi apanhada de surpresa, com o desaparecimento de José Santo, que serviu a força aérea, nos paraquedistas, estando igualmente na guerra do Ultramar.
José Santo estava emigrado há vários anos na Austrália, mas vinha com frequência a Portugal, onde participava em convívios dos paraquedistas e marcava sempre presença nas comemorações dos combatentes em Vila Praia de Âncora, a 10 de junho, em que reunia antigos combatentes, dos três ramos das forças armadas.