Carta ao Diretor

O caso já foi exposto e denunciado neste jornal, por alguém atento aos atropelos que a autarquia vai consentindo. A construção de uma moradia na rua dos Sobreiros, desalinhada, sem cedências ao domínio público, sem baia de estacionamento, invade parte do passeio, sem escrúpulos e sem decoro!

Compromete uma previsível e necessária correção da rua, o seu eventual alargamento face ao intenso movimento rodoviário, a conveniência de comportar estacionamento bem como arborização, tão necessária quanto urgente.

Esta anormalidade, de construir uma parede cega em cima de parte do passeio, é um descarado abuso, que tem merecido viva repulsa e contestação dos areosenses em todos os meios. Consta até, existirem fortes suspeitas, que não se dissolvem, antes se avolumam, que o promotor da moradia tenha relações privilegiadas nos serviços camarários.

Nada de estranhar, dada a fervilhação propagandística do vereador com o pelouro das obras particulares, ora candidato à presidência da Câmara. É natural que o tempo não sobre para cuidar de assuntos comezinhos, de regras e disciplinas de ordenamento, mas relevantes e precedentes para o futuro da freguesia.

A volumosa e maciça moradia, no seu traço altivo, parece transbordar do seu leito e esparramar-se descontrolada, para a rua ali em frente, tamponando-a com incontida arrogância!

Ora, se até as reconstruções, seja de habitações ou anexos, são por regra obrigadas a recuar, a ceder espaço ao domínio público e a salvaguardar distâncias, maior é o preceito para novas edificações. Por que estará o promotor imobiliário isento deste ditame???
Desde o protesto neste jornal, nada parece ter sido feito nem cuidado, tal o acelerar do aterro interior ao dito muro, e a consolidação das estruturas de suporte.

Nem fiscalização da Câmara, dos serviços de Ambiente, do Ministério Público, nem um esclarecimento público, nem diligências da Junta de Freguesia (…)

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