No passado mês de maio, a Associação Terra recebeu o professor José Pacheco, o fundador da Escola da Ponte.
Atualmente a residir no Brasil, José Pacheco é licenciado em Ciências da Educação e Mestre em Educação da Criança, especialista em música e em alfabetização. É educador, investigador e escritor sendo autor de inúmeros livros e artigos sobre educação.
Atualmente é diretor pedagógico da EcoHabitare, empresa que trabalha pela inovação e humanização da educação com educadores de todo o mundo, construindo comunidades de aprendizagem sustentáveis.
Num encontro informal com famílias que constituem a Associação Terra e profissionais da educação da comunidade de Viana do Castelo, José Pacheco apresentou-se como um criador de “pontes” com vista a cocriar uma nova construção social de aprendizagem.
Crítico do sistema de ensino tradicional defende uma democratização na educação visando a mudança para um paradigma educacional centrado na comunicação e aprendizagem.
Mostrou o caminho para uma escola sem aulas, turmas e até sem anos de escolaridade onde a relação, os valores das pessoas e quem elas são, na sua individualidade e na sua comunidade, são as peças fundamentais. “Escolas são pessoas. Escolas não são prédios. Não podemos adiar a humanização do ato de educar”, afirmou José Pacheco.
O educador contagiou os presentes com o seu ativismo e amor pela educação e indicou caminhos mostrando como é possível legalmente construir outras “pontes” de forma a transformar o ensino como ele fez há quarenta anos na Vila das Aves.
Num périplo de norte a sul de Portugal, está a visitar projetos onde procura ajudar a construir comunidades de aprendizagem sustentáveis voltadas para o saber cuidar e conviver através de turmas-piloto. Pretende construir uma rede de comunidades de aprendizagem onde reúne pais, professores das escolas que “ainda estejam vivos” e elementos da comunidade da escola pública e privada por todo o país. “A educação é um dever da família, escola e estado.” Neste sentido, cabe à família, aos professores e aos órgãos de poder apoiarem-se e colaborarem em projetos educativos onde as pessoas sejam, com amorosidade e coragem, a mudança que querem ver acontecer. Basta como referiu que assumam “um compromisso ético com a educação” e, acima de tudo, um compromisso com as crianças.