As Festas de Perre vão realizar-se de 23 a 25 de julho e, a exemplo do que sucedeu no ano passado, são condicionadas pelas orientações da Direção-Geral de Saúde (DGS).
A Covid-19 marca as celebrações em honra de S. Miguel, S. José e N.ª Sr.ª das Dores que, pelo segundo ano consecutivo, têm de adaptar-se às medidas impostas no combate à pandemia.
De acordo com o programa das festas, a cerimónia do hastear da bandeira ocorrerá no dia 18 de julho, pelas 12 horas. No mesmo dia, será iluminada a igreja paroquial.
Dia 23, pelas 19h30, celebrar-se-á a missa solene em honra do padroeiro da freguesia, S. Miguel.
Sábado, dia 24, às 19h, haverá missa solene em honra de S. José, e no dia seguinte, às 10h, celebra-se nova missa solene em honra de N.ª Sr.ª das Dores.
Quanto ao Cartaz das Festas de Perre, da autoria de João Gigante foi apresentado na passada semana, juntamente com o seguinte texto, em jeito de memória descritiva, escrito por Cândido Morais: “O cartaz alusivo deste ano – da autoria do nosso conterrâneo João Gigante – exprime muito bem a nostalgia da Festa enquanto vivida no seu esplendor. Num espaço temporal indefinido, mas que se deseja breve, repousa sobre a mesa o traje vermelho e preto que caracteriza Perre, lado a lado com o ouro amealhado por muitas gerações, através dos costumes que nos identificam. São elementos indispensáveis da Festa que já venceu séculos, e que são orgulhosamente exibidos pela sua mordomia, enleada na memória herdada dos nossos antepassados.
Entre a luz e a escuridão, na penumbra de esperança que inunda os corações, um olhar nostálgico emerge da porta entreaberta, fixado na vivacidade e no fulgor do traje e do ouro, e perdido na bruma dos tempos entre memórias que também lhe foram transmitidas, na expectativa da Festa que tarda em chegar em toda a sua plenitude.
Andam estranhos os tempos. As mentes e os corpos cansados continuam arredados do breve repouso que simbolicamente a Festa lhes concede num continuum de recomeços revigorados nas atividades produtivas, enquanto o tempo sagrado das origens continua a ser sistematicamente recordado. Falta, por isso mesmo, o fascínio do enleio entre o sagrado e o profano onde continuamente nos enredamos e que gostamos de viver intensamente.
Ansiamos que da penumbra surja a luz, abrindo a porta do nosso contentamento e iluminando a nostalgia dum olhar. Afinal, também isso depende de nós, de quem nós somos, de como interpretamos os tempos, de como queremos que eles se cumpram…”