Francisco Carneiro Fernandes brindou-os com “Heráldica em Álbum”

Na nossa edição de 01 de julho passado, demos conhecimento da apresentação do chamado livro de bordo ou de bolso, um pequeno guia para nos orientar ao longo da cidade e observar de forma documentada a valiosa heráldica com que Viana conta, sem dúvida, neste domínio, uma das mais ricas do país. Mas a partir de agora contamos com uma obra grandiosa, bem trabalhada graficamente pelo designer Rui Carvalho a enquadrar bem textos exaustivos em estudo e identificação de símbolos, bem como fotos de qualidade superior de Vítor Roriz.

Diz-nos o historiador José Viriato Capela que a Viana doutros séculos “eram as casas apalaçadas e as grandes firmas mercantis, os cônsules estrangeiros, os barcos e companhias de comércio portuguesas e estrangeiras. eram também as quintas, os vinhedos, as adegas dos grandes proprietários e senhorios laicos e eclesiásticos do interior rural e, com eles, os grandes negociantes contratadores de import/export, bem como os almocreves e vendedores de feira, que articulam os espaços e as economias, fazendo a economia girar”.

Foi toda essa vivência de outros tempos, intensa em dinamismo, que nos legou a riqueza arquitetónica que temos, grande parte reconhecida com símbolos heráldicos, que sempre tivemos dificuldade em identificar. Mas essa dificuldade está superada. Francisco Carneiro Fernandes, no dia 31 do mês passado, na Biblioteca Municipal, com o brilho a que nos habituou, apresentou-nos o livro que nos tinha prometido e que não deixou ninguém defraudado, para nos esclarecer convenientemente sobre esta matéria.

Na cerimónia, Rui Faria Viana, Diretor da Biblioteca Municipal, apresentou o autor e todos aqueles que tornaram possível este trabalho, que a cultura vianense tinha em falta. No encerramento da sessão, José Maria Costa não deixou de salientar esta lacuna preenchida e o estudo atento e intenso de Francisco Carneiro, lembrando que este é um dos mais entusiastas vianenses na defesa do património da cidade, facto que o Município não deixa de ter na devida conta.

A obra, para além da definição dos três percursos da urbe: Santa Maria Maior/Centro Histórico; Monserrate/Centro Histórico e envolvente Urbana, a contemplar a Heráldica Pessoal e de Família; a Heráldica Institucional e a Heráldica Eclesiástica, Militar e Associativa, bem complementada com um alargado glossário suficientemente explicativo no fim do livro, faz igualmente uma incursão pela envolvente urbana, onde também não falta riqueza arquitetónica para divulgar.

Saliente-se de novo que, com esta obra, fica completa, da parte de Francisco Carneiro, a trilogia que abarca o Azulejo, a Talha e a Heráldica.

Parabéns, mais uma vez, ao autor pelo empenho e estudo para que todos fiquemos mais elucidados sobre o nosso rico património.

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