Por doloroso que tenha sido para Launay, e para todos os que por ele torciam, o luso-francês acabou afastado dos Jogos Olímpicos de Tóquio quando lutava pelo acesso à final da disciplina de K1 slalom. Meros 43 centésimos arredaram o canoísta dos 10 lugares que permitiriam a luta por uma medalha olímpica.
No pós-prova, e naquelas que terão sido as primeiras palavras à imprensa, Antoine não escondia a desilusão: “É difícil. Muito difícil. Foi muito trabalho. Estive tão próximo da final. Amo este desporto, mas é difícil ficar assim tão perto…”, disse Launay à agência Lusa.
A verdade é que o percurso olímpico do atleta não pode deixar de ser tido como meritório, com a passagem às meias-finais a representar o ponto alto. Para que o feito fosse alcançado, Antoine teria de atingir um dos 20 melhores tempos, nas ‘mangas’ de qualificação, sendo que, no computo geral, o seu foi o 12.º mais bem-sucedido.
Ultrapassado o primeiro dos obstáculos, atingido o primeiro dos propósitos, o canoísta necessitava, na semifinal, de ficar entre os dez nomes iniciais da competição, para que final e medalha ambicionada fossem reais. “Pódio. Estou aqui para fazer um pódio. Sei a responsabilidade que coloco em mim, mas é o meu sonho de criança”, terá dito o português nascido em França, instantes após a passagem de fase.
A frustração portuguesa chegou, por fim, dois dias depois, nomeadamente, aquando da prova de Hannes Aigner, alemão que, apesar de ser o último dos oponentes de Antoine Launay em prova, acabou por conseguir o 7.º tempo mais rápido. De fora do tal grupo de dez mais velocistas ficaria o homem do Darque Kayak Clube, ‘atirado’ de vez para um inglório 11.º lugar final.
Nas contas feitas e já fechadas, note-se que o ouro olímpico acabou ao pescoço do checo Jiri Prskavec, enquanto que a prata foi arrecadada pelo eslovaco Jakub Grigar. Já Hannes Aigner, o tal germânico que frustrou ambições portuguesas, repetiu o bronze já conquistado nas Olimpíadas de Londres, em 2012.