Cruz divisória regressa ao local

As autarquias de Afife e Carreço procederam à colocação, no seu espaço original, de um maciço granítico, onde tem esculpida uma Cruz e a data, em que essa marcação terá sido efetuada.

Este maciço foi derrubado quando, há 30 anos, a veiga foi alvo da retirada de muros para a implantação do emparcelamento das veigas de Afife, Carreço e Areosa.

Na altura, o carrecense Silvestre Azevedo, pessoa defensora do património e ambiente e membro sempre ativo do NAIAA, deparando-se com este maciço deslocado do seu local, levou-o para um espaço, que achou seguro, para não ser perdido no meio de todo aquele remover de terra.

Agora, coube ao filho, Abílio Azevedo, dar seguimento a uma pretensão do pai, que era que este maciço, voltasse a ser colocado no seu devido espaço. Contactadas as duas autarquias, estas desde logo se mostraram recetivas e meteram mãos à obra e recolocaram no seu sítios esta marcação antiga. Segundo dados recolhidos perante documentos antigos de ambas as paróquias, a cronologia da demarcação das freguesias e perante fontes documentais e os elementos patrimoniais existentes ao longo da limite das freguesias de Afife e Carreço, pode ser criada a sequência cronológica entre ambas.

Em 1548, o Tombo de Afife e de Carreço regista os limites, os quais seriam os mesmos desde os tempos antigos, o que poderá indicar que os mesmos teriam origem aquando da formação das atuais paróquias.

Nos finais do século XVI, foi efetuada uma demarcação entre Afife e Carreço, provavelmente para delimitar as zonas de montado, cujos limites não são referidos nos Tombos de 1548 e 1676. Foi efetuada outra demarcação, a qual ficou registada no Tombo Velho, que existia na Residência Paroquial de Afife. Em 1717, o Tombo da Comenda de Santa Maria de Carreço faz o registo pormenorizado dos limites com as freguesias circunvizinhas.

Em 1849 foi feita uma nova demarcação e já no início da década de 90, o maciço granítico com a cruz foi parcialmente destruído pelas obras do emparcelamento e recolhido por Silvestre Azevedo, que o guardou, junto do poste da alta tensão e assim evitou o desaparecimento desta secular cruz, com 245 anos.

Em 2020, a junta de Carreço, com conhecimento da junta de Afife, procedeu à sua recolha, para as suas instalações e a 19 de setembro de 2021, ambas as autarquias, levaram a efeito a sua reposição no local de origem, continuando assim, a cumprir a sua missão.

ELEIÇÕES
Duarte Oliveira, da Lista de Independentes por Afife (LIA) foi eleito presidente da Junta, tendo conseguido 446 votos.
O PCP-PEV teve 184. O PSD/CDS-PP, 168 e o Nós,cidadãos!, 71 votos.

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