Rangel reuniu com militantes em Viana

Ontem o candidato à liderança do Partido Social Democrata esteve em Viana do Castelo. Paulo Rangel afirmou, segundo a agência Lusa, não colocar “o carro à frente dos bois” e que “há tempo” depois das eleições internas para a liderança do PSD para fazer as “operações necessárias para as legislativas”.

“Depois do dia 27 de novembro há, pelo menos, 23 dias, para preparar as listas [de candidatos a deputados à Assembleia da República]. Há tempo para pensar. Cada coisa em seu tempo. Não vamos pôr o carro à frente dos bois”, afirmou o candidato à chegada a uma sessão com militantes, em Viana do Castelo.

Questionado pelos jornalistas sobre o cronograma da atual direção do PSD para a elaboração das listas de candidatos a deputados à Assembleia da República, Rangel disse que “agora é tempo de clarificação interna” e “quem está preocupado” com as listas de candidatos a deputados “é que já está a estabelecer cronogramas antes do tempo”.

“Essas pessoas é que devem ter alguma preocupação. Porque quem não tem preocupação sabe perfeitamente que embora seja um calendário exigente, é um calendário perfeitamente cumprível”, garantiu.

Questionado sobre a decisão do atual líder do PSD de não fazer campanha para as eleições internas do partido disse que “cada um escolhe o seu caminho”.

“Acho que é obrigação dos candidatos, em respeito pelos militantes, apresentarem-se democraticamente. Não terem medo, não terem receio de se apresentarem democraticamente aos militantes. Estou a ir a todas as capitais de distrito e às duas regiões autónomas falar, humildemente, com os militantes para apresentar as minhas ideias, designadamente, como podemos ser uma oposição credível e, agora, uma alternativa forte para ganhar as eleições de 30 de janeiro de 2022”, disse

Sobre a possibilidade de ser formalizada uma terceira candidatura à liderança do partido e de Nuno Miguel Henriques estar disponível para fazer debates com Paulo Rangel, respondeu: “Os debates a existirem, tem de existir entre todos os candidatos”.

“Infelizmente houve um candidato que não quer fazer debates. Que se furtou aos debates. Não quer falar com os militantes (…) Também se aprende muito quando se fala com os militantes do PSD e não se está encerrado numa torre de marfim”, atirou.

Rangel garantiu ainda, que se perder as eleições internas, o partido poderá “contar sempre” com a sua “colaboração e empenho, em qualquer qualidade”.

“Sempre fui leal ao PSD e colaborarei com o presidente do PSD, quem quer que ele seja. Portanto, na campanha eleitoral [para as legislativas] farei a minha campanha pelo PSD em qualquer circunstância. Ou como presidente ou como militante”.

Sobre as críticas de que diz ser alvo por parte de Rui Rio, assegurou que a sua “campanha é pela positiva”, sem “ataques pessoais, nem respostas, nem recados”.

“Uns dizem que não fazem campanha e depois estão sempre a dirigir pequenos ataques, ou grandes ataques aos seus adversários. Outros estão a fazer campanha e não dirigem nenhum ataque. Apenas fazem propostas construtivas. Os militantes julgarão quem está a fazer mais pelo PSD”, acrescentou.

O candidato à liderança do PSD adiantou que até dia 27 vai estar “concentrado” em “mostrar aos militantes” que tem “condições para ser o melhor candidato a primeiro-ministro” e que tem “uma alternativa para Portugal, pilotada e apresentada pelo PSD”.

Para Rangel, “o objetivo do PSD, passadas as eleições internas, é ganhar as legislativas e de ser Governo, preferencialmente, com maioria absoluta e, se isso não for possível, com uma maioria estável em coligação”.

Escusou-se a fazer cenários de acordos pós-eleitorais e a comentar as posições que Rui Rio tem vindo a assumir sobre a matéria, dizendo que recusará “um bloco central”.

“Não estamos aqui para fazer cenários. Não somos analistas políticos estamos aqui para fazer uma proposta aos portugueses de uma alternativa à governação do PS”, avançou.

As eleições internas para a liderança do PSD estão marcadas para 27 de novembro.

O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas para 30 janeiro de 2022 na sequência do “chumbo” do Orçamento do Estado do próximo ano, no parlamento, em 27 de outubro.

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