O Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) vai disponibilizar 96 vagas para estudantes de sete municípios de Cabo Verde, sendo os cursos da instituição frequentados por meia centena de cabo-verdianos, disse o hoje o seu presidente.
“A comunidade de Cabo Verde é uma comunidade que se integra bem, que se relaciona bem, que tem percursos educativos muitíssimo satisfatórios, bons até”, disse à Lusa o presidente do IPVC, Carlos Rodrigues, que está de visita ao arquipélago até segunda-feira, no âmbito de uma missão do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), de Portugal.
Estudam atualmente 5.300 alunos no IPVC, que integra a Escola Superior de Educação, Escola Superior de Tecnologia e Gestão e Escola Superior de Saúde (Viana do Castelo), Escola Superior de Ciências Empresariais (Valença), Escola Superior Agrária (Ponte de Lima) e Escola Superior de Desporto e Lazer (Melgaço).
Entre esses, 250 são estudantes internacionais, contando com os cerca de 50 de Cabo Verde, número que a instituição pretende ver crescer, com as 96 vagas para cabo-verdianos, nos vários cursos, alocados para o ano académico de 2022/2023 ao abrigo de acordos individuais com os municípios.
“São alunos bem integrados na comunidade académica e na sociedade”, destacou o presidente do IPVC.
Para o efeito, segundo Carlos Rodrigues, serão assinados ao longo dos próximos dias protocolos com sete municípios de Cabo Verde, entre as ilhas de Santiago (Praia, São Domingos, Santa Cruz, Santa Catarina, São Miguel), São Vicente e Sal, prevendo a disponibilização dessas 96 vagas.
O objetivo, além da reserva de vagas para Cabo Verde, é que os alunos cheguem ao IPVC “enquadrados”, com “alguma pré-seleção” e um “alinhamento com os interesses dos próprios municípios”, tendo em conta os cursos e áreas que vão escolher na instituição portuguesa.
Atualmente, entre as várias nacionalidades, o IPVC disponibiliza 10% das cerca de mil vagas anuais para o contingente de alunos internacionais. “Mas, se a procura for grande, podemos estender até ao máximo de 30%”, sublinhou Carlos Rodrigues.
Em Cabo Verde, o IPVC está à procura de desenvolver também projetos de intercâmbio para funcionários de universidades e autarquias, mas não só.
“Por outro lado, há a disponibilidade para desenvolvermos projetos relacionados com aquilo que são as necessidades dos municípios ao nível da sustentabilidade, da transição energética, da transição digital, da parte agrícola, da parte da educação, da parte da saúde, entre outros. Estes protocolos serão o ponto de partida para uma relação mais estreita entre o IPVC e os municípios”, explicou Carlos Rodrigues.
Depois de Cabo Verde, segue-se em março uma visita do género da direção do IPVC ao Brasil, com vista a captar mais estudantes para Viana do Castelo.
“A principal nacionalidade [atualmente, entre os alunos internacionais do IPVC] é a brasileira, destaca-se. Proporcionalmente é um país muito maior, é um país com, em algumas áreas, mais poder de compra”, disse ainda, reconhecendo que a “língua” comum com estes países é um fator determinante para captar estes estudantes internacionais para a instituição.
Atualmente, os alunos internacionais de licenciatura no IPVC pagam de propina anual 1.800 euros, mas esse valor desce para 1.050 euros para estudantes provenientes de países de língua oficial portuguesa.