Homenagem a Fernando Canedo 10 anos após a sua partida

Quem na comunidade marcou pela positiva deve ser lembrado de forma que o seu exemplo seja motivador da boa cidadania. É o caso de Fernando Canedo. Sempre lembrado na memória de quem com ele conviveu, serão os dez anos da sua partida recordados numa homenagem no dia 4 de fevereiro próximo.

Numa organização do Centro Cultural do Alto Minho e dinamizada por um grupo de amigos seus, terá lugar uma tertúlia, com depoimentos e a participações diversas multiculturais de muitos que com ele conviveram.

Professor em Caminha, primeiro, e depois na Escola Secundária de Monserrate, foi admirado pelos seus alunos, tendo marcado muitos deles. Humilde por natureza, avesso a honrarias mediáticas e rigoroso na sua conduta, deixou o seu Porto natal e passou por Viana sem deixar ninguém indiferente à sua forma de estar.

No ato educativo e formativo de lecionar as disciplinas de Português, Filosofia, Introdução à Política, Psicologia e outras, as aulas do Fernando Canedo eram também lições de cidadania, ética e justiça social, que deixaram marca, admiração e saudade em todos e todas que pelas suas mãos passaram. Fernando Canedo deixou um património de relações de amizade ainda hoje lembradas.

Entretanto, Fernando Canedo cedo se virou para as causas políticas, sociais e culturais. Antes e depois do 25 de Abril de 1974, Fernando Canedo militou em partidos da esquerda, abraçou causas sociais e na fase final da sua vida dedicou-se praticamente ao desenvolvimento cultural.

Nesse sentido, falar do Fernando Canedo é falar do Centro Cultural do Alto Minho, de livros, da MEALIBRA…

Foi elemento da direção do Centro Cultural do Alto Minho (CCAM), onde dinamizou tertúlias literárias, trazendo a Viana do Castelo nomes de relevo da literatura portuguesa. Foi ainda diretor da MEALIBRA, revista do CCAM, tendo a ela chamado textos e ilustrações de nomes importantes da cultura portuguesa-a, divulgando-a em Portugal e no estrangeiro.

Foi assim Fernando Canedo.

Orlando Barros na sua “caixa literária de cartão”, onde guarda as Escritas Desencarceradas, dedica no opúsculo MATER, um poema ao Fernando Canedo, que bem pode integrar esta minha breve escrita de saudade:

ainda há livros e versos

a marginar a solidão da tua ausência

ainda há estragos, inquietações

a roer a pele dos deserdados

ainda há o teu paciente deslizar

a pé, pelos ingratos atalhos do saber

e da revolta descontente,

ainda há tudo, ou não há nada?

Por isso, Fernando,

Sobre o rastro eterno da tua memória

Teci, desmanchei, refiz

A teia inefável destas palavras breves.

Só para ti.

FERNANDO CANEDO (Janeiro 2012 – Janeiro-2022)/10 anos entre a Vida e a Memória

FERNANDO CANEDO será relembrado pelos amigos, no próximo dia 4 de fevereiro, pelas 21h30, no CAFÉ CONCERTO do Teatro Municipal Sá de Miranda. 

A organização é do Centro Cultural do Alto Minho. 

                                                          José Escaleira

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