O livro da jornalista Ana Cristina Pereira foi apresentado a 02 de abril, na Casa Manuel Espregueira e Oliveira. “Mulheres da minha ilha. Mulheres do meu país” aborda as desigualdades sociais entre homens e mulheres.
Esta obra de Ana Cristina Pereira, repórter do “Público”, retrata histórias de mulheres que nasceram num intervalo de mais de 50 anos.“Entre a mais velha e a mais jovem há um mundo de diferenças: o país mudou, as perspetivas e liberdades expandiram-se e, com elas, vieram novas possibilidades e novos obstáculos. Este livro resgata a história dessa transformação a partir de vozes que não fazem parte das estruturas de poder”, refere a autora.
Ana Cristina Pereira revela que “este livro usa a região autónoma da Madeira como laboratório e amostra para contar a história das mulheres em Portugal”. Acrescentando que “apresento a história de cerca de 30 mulheres. A mais velha tem cerca de 80 anos”.
Composto por tês camadas, onde na primeira camada são apresentadas as “histórias individuais. A segunda camada é a história da região autónoma e a terceira é a história das mulheres em Portugal e em alguns pontos no Ocidente”.
O livro começou a ser pensado para apresentar o retrato da mulher portuguesa. Ana Cristina Pereira, pela história familiar reconhece que há “várias mulheres portuguesas”. Nesse sentido, no Natal de 2018 entrevistou a mãe madeirense. “Durante o Natal entrevistei a minha mãe e construi o primeiro texto, que é o do arranque do livro. E esse texto teve muito impacto. Recebi muitas chamadas e feedback de muitas mulheres de todo o país que se identificavam. Começou a surgir a ideia de se fazer um livro”, conta. Inspirada no livro de Maria Lamas “Mulheres do meu país”, a jornalista queria percorrer o país para retratar a mulher portuguesa. Contudo, o jornal “Público” enviou-a para a Madeira para acompanhar as comemorações dos 600 anos da chegada dos portugueses à ilha da Madeira e Porto Santo e aí centrou-se naquela região para elaborar a obra, dando a conhecer 31 mulheres com ligações à Madeira.
O historiador Maranhão Peixoto fez uma viagem pelos vários capítulos da obra, referindo que “este é um livro testemunho, que certifica o legado de Abril”. Acrescentando: “gostava que muitas jovens mulhers pudessem ler este livro e que fizesse parte do Plano Nacional de Leitura, porque precisamos de documentos históricos”.
Ana Cristina Pereira é repórter do Público desde 1999 e dedica-se, sobretudo, a assuntos de direitos humanos e exclusão social. É autora dos livros Meninos de ninguém (2009), Viagens brancas (2011), Movimento perpétuo (2016) e co-autora dos livros Desafios – Direitos das mulheres na Guiné-Bissau (2012), Todas as vozes/All the Voices (2014) e Mulheres de São Tomé e Príncipe (2018).