Deste-me a vida, ó minha mãe amada,
do teu jardim no mais puro canteiro!
Inda que, após, não me desses mais nada,
agradecer-te é já dever-primeiro!
Botão aberto aos beijos teus, do Sol,
sorvi em ti encantos de roseira!
Por entre nuvens roxas do arredo,
deixei de ser um anjo à tua beira!
Abri as asas e voei sozinho!
Enfrentei ventos, maus, a desviar!
Ao evocar afagos dotes ninho,
ó minha mãe, quero a carpir cantar!
Neste teu dia, ó minha mãe querida,
beijo teu rosto, em carne ou cartão!
Por tudo quanto nos uniu a vida,
eu to agradeço beijando-te a mão!!!