Desde o início do Campeonato do Mundo de Futebol, em que, para muitos analistas e paineleiros dos jornais, rádios e televisões, o nosso País era um sério candidato à vitória final, dado que tínhamos o melhor jogador do Mundo, os melhores jogadores portugueses e porque somos ainda Campeões da Europa, desde o início dizia eu, era muito difícil saber o estado político e social de Portugal, dado que o futebol ocupou toda a programação dos meios de comunicação. Era abrir a televisão e logo a locutora ou o locutor, falavam de futebol.
Agora o País da Bola acabou, e enquanto não começam os campeonatos nacionais, vamos sabendo algumas notícias do nosso quotidiano, embora por pouco tempo, já que a classe política está já a fazer as malas para ir de férias.
Entretanto, no País Real, os portugueses que perderam os seus haveres nos incêndios do ano passado, quer de Mação, Pedrógão ou Castanheira de Pera, continuam à espera do dinheiro prometido, que ainda não chegou, os alunos estão à espera das avaliações para se candidatarem ao Ensino Superior, os enfermeiros querem mais dinheiro, os militares e as forças militarizadas querem a progressão nas carreiras, a Lei Laboral vai ao Parlamento, até o Verão tarda a aparecer.
No meio disto tudo, ainda choro o resultado do Portugal-Uruguai, que mandou o nosso DREAM TEAM, para casa, mais cedo… No entanto, estou convencido que se “aqueles meninos mimados, pagos a peso de ouro”, quisessem, tinham feito mais e melhor. Esta é a minha opinião.
Triste País, pobre País, que só pensa no Futebol, deixando para trás, os desempregados, os sem abrigo, a Educação, a Saúde… Triste País que deslocou a Moscovo grandes figuras da política. Que eu saiba, nem a Rainha de Inglaterra, a Srª. Merkel, o Presidente do Irão, o Presidente do Brasil e outros Presidentes, viajaram para Moscovo. Mas nós, como dizia o Presidente Trump, somos diferentes. E essa ideia do Cristiano Ronaldo vir um dia a ser Presidente da República, como sugeriu o Presidente Americano, pode acontecer dado que ele apenas tem 33 anos de idade!
Como eu gostava de escrever — Primeiro O PAÍS REAL e só depois, o PAÍS DA BOLA…
Antero Sampaio (Foto: Correio da Manhã)
