Ensino superior desafiado a atrair jovens para economia do mar

Foi em ambiente de festa que o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) assinalou, no último domingo, o 36.º aniversário. O auditório Lima de Carvalho compôs-se, nomeadamente, de autoridades e elementos da comunidade académica.

“Com um longo caminho já percorrido e com muito trabalho feito”, o presidente da instituição, Carlos Rodrigues, assumiu que “ainda há muito a fazer” e há “grandes desafios” a curto e médio prazo. Já a consolidação de projetos e as parcerias profícuas mereceram destaque por parte do presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, que considera que o IPVC é hoje “o maior projeto de coesão territorial e social do distrito”.

A construção dos edifícios de investigação em Ponte de Lima e em Viana do Castelo mereceram destaque por parte do presidente do IPVC. “Estes dois projetos de construção encontram-se nas câmaras de Viana do Castelo e de Ponte de Lima para licenciamento e espera-se que, no âmbito do Quadro de financiamento 2030, haja financiamento para este tipo de infraestruturas”, apelou.

Carlos Rodrigues deu conta, também, da construção de novas residências, que conta com a colaboração das câmaras de Valença e Melgaço, e que vai permitir quase 400 camas. A criação de duplas titulações e o desenvolvimento de projetos de investigação conjuntos são outros projetos que o IPVC tem em mãos. 

Região mais competitiva 

Integrar a rede de universidades europeias, o reforço da cooperação com os PLOP e o aumento do número de alunos internacionais são ainda objetivos a concretizar pelo presidente do Politécnico. Carlos Rodrigues evidenciou também o projeto BAITS, que surge no alinhamento com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “Com o BAITS vai ser possível disponibilizar, entre outros, mentorias, tutorias, o ano zero, de forma a mitigar o abandono escola, novas abordagens de ensino, nomeadamente o ensino à distância que vai atrair novos públicos, o reforço da oferta formativa ao nível dos CTeSP e Mestrados”, assegurou, garantindo que com estas medidas o IPVC “pretende qualificar os recursos humanos do tecido empresarial de forma a tornar a região mais competitiva no mercado global, bem como apostar na digitalização e modernização dos serviços”.

Ainda na sessão de abertura, a presidente do Conselho Geral do IPVC, Maria do Rosário Barros, defendeu que “uma instituição sem memória é uma instituição sem história, e uma instituição sem história é uma instituição sem futuro”. Hoje, ao entregar os prémios a alunos, a docentes e a não docentes, o IPVC está, nas palavras da presidente do Conselho Geral, a escrever a história da instituição e a conduzi-la para o futuro.

Ainda na sessão solene comemorativa, o presidente da Federação Académica do IPVC, André Neves, referiu que os 36 anos “são sinónimo de muito trabalho, empenho, profissionalismo e inovação”. Deixou ainda um apelo aos estudantes: “façam da academia a vossa casa”.

Atração internacional

Depois da entrega de prémios aos alunos com melhor classificação de ingresso, de Mérito a estudantes, de Reconhecimento de Carreira a pessoal não docente, a pessoal docente e aos novos doutorados, realizou-se ainda uma mesa redonda sobre “A Estratégia Nacional para o Mar”. Moderada por Maria Cerqueira (RTP), o debate juntou o secretário de Estado do Mar e, até outubro último, presidente da Câmara de VIana do Castelo, José Maria Costa, e o consultor estratégico na Fórum Oceano, Rui Azevedo.

O secretário de Estado do Mar assegurou que Portugal“está na liderança em muitos projetos de grande inovação e que já são objeto de atenção de grandes multinacionais”. José Maria Costa deixou o desafio às instituições de ensino superior “para atraírem mais jovens para a economia do mar, valorizando as profissões emergentes”. É um desafio que Portugal tem pela frente e José Maria Costa acredita que as empresas e as instituições de ensino superior têm aqui “um potencial de crescimento e de atração internacional”. 

O consultor estratégico destacou os “desafios emergentes” que podem trazer crescimento de valor acrescentado numa dimensão de sustentabilidade em áreas como as indústrias navais ou turismo com os novos paradigmas da descarbonização ou da economia digital. Rui Azevedo também acredita que “os institutos politécnicos têm um “papel importante”.   

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