“O Fracasso da Gravata” é o título da obra que, à entrada da Casa do Marco, dá as boas vindas aos visitantes que este ano se deslocam à Serra d’Arga para ver a Arte na Leira, que tem a sua 24.ª edição desde o último sábado, dia 23. Na verdade, o tema relaciona-se com a guerra na Ucrânia e é uma chamada de atenção.
O painel, de grandes dimensões, é composto por seis partes, inspiradas por imagens que o pintor vianense Mário Rocha foi captando desde que a invasão russa do território ucraniano começou, a 24 de fevereiro. O promotor da Arte na Leira explica que, como qualquer obra de arte, “O fracasso da gravata” será suscetível de múltiplas interpretações, quase tantas quantas as pessoas que vão ter oportunidade de a ver. Vai adiantando que, para ele, é praticamente um grito de revolta pelo que as “pessoas engravatadas”, os burocratas, fizeram, ou melhor, não fizeram ou deixaram que outros fizessem.
Para Mário Rocha, que assistiu “atónito”, como milhões de pessoas por todo o mundo, à evolução de um conflito de proporções ainda inimagináveis, é “vergonhoso”, “inacreditável” que “as pessoas engravatadas descurassem o essencial e não fossem capazes de avaliar as consequências” desta guerra na Europa.
Quem são essas pessoas é uma questão que o painel de 4,80 x 2,30 metros pretende dar resposta, mas que essencialmente será respondida por cada uma das pessoas que visitarem a Arte na Leira.
A mostra que há 24 anos, ininterruptamente, transforma a Casa do Marco e a leira, em Arga de Baixo, numa galeria de arte moderna, abriu as portas sábado e fica até 21 de agosto, para aquelas visitas informais impossíveis noutras galerias, em plena Serra d’Arte, com toda “a magia da serra como cenário”.