Câmara de Cerveira pede ao Governo que decrete situação de calamidade no concelho

O presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira formalizou o pedido de Declaração de Situação de Calamidade junto do gabinete do primeiro-ministro face aos “elevados prejuízos” causados pelo mau tempo no último domingo.

“Através do levantamento que temos estado a fazer e que estará fechado na segunda-feira percebemos que não temos capacidade financeira para socorrer todas as situações. São demasiadas situações, quer públicas quer privadas. Os privados também poderão beneficiar com a Declaração de Calamidade e, por isso, avançámos com o pedido”, afirmou Rui Teixeira.

O autarca socialista falava à agência Lusa a propósito de um comunicado hoje emitido pela Câmara de Vila Nova de Cerveira a dar nota do pedido de Declaração de Situação de Calamidade para o concelho, que foi formalizado junto do gabinete de António Costa e com conhecimento aos ministérios da Administração Interna, Coesão Territorial e Agricultura.

“A fundamentação para este pedido assenta na catástrofe que provocou elevados prejuízos materiais e que afetou as populações e a economia na quase totalidade do território do município de Vila Nova de Cerveira, o que permite a adoção de medidas excecionais, nos termos da Lei de Bases da Proteção Civil”, refere o documento.

No pedido, a autarquia enumera o “conjunto de ocorrências detetadas em diversas estradas municipais e nacionais e em infraestruturas e equipamentos municipais, além dos elevados prejuízos em propriedades privadas e em instituições de âmbito social”.

A “missiva dirigida ao primeiro-ministro reporta que, apesar de todo o esforço realizado pelo município, com o apoio de outras entidades públicas e privadas e da população em geral, para os primeiros trabalhos de limpeza, os recursos municipais esgotam-se celeremente e a capacidade de resposta dos recursos humanos, para mitigar os efeitos dramáticos da intempérie, vai diminuindo com o passar do tempo”.

A “preocupação” do executivo municipal “está centrada na segurança da população, alertando para a elevadíssima saturação dos solos, que não conseguem absorver mais água.

“Atentos às condições meteorológicas para o fim de semana, infelizmente, poderemos enfrentar novamente uma forte precipitação, numa altura em que os caudais dos rios, ribeiros e regos foreiros se encontram nos seus máximos”, sublinha a nota.

A “maioria” das ocorrências “mais graves” da intempérie do último domingo “foram verificadas nas freguesias mais ribeirinhas do concelho de Vila Nova de Cerveira (União de Freguesias de Cerveira e Lovelhe, Loivo, Gondarém, União de freguesias de Campos e Vila Meã e União de Freguesias de Reboreda e Nogueira).

O “município encontra-se, neste momento, a finalizar o levantamento total das ocorrências registadas, com equipas no terreno, no sentido de avaliar os avultados prejuízos causados pela tempestade e que serão reportados ao Governo, através de uma atuação concertada, no âmbito da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho”.

Lusa

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