É sabido que a ocupação espanhola trouxe grandes problemas a Portugal e isso data de 1580 e durou seis décadas a expulsar os castelhanos.
Outros países aproveitaram-se da situação e assaltaram as colónias portuguesas. As naus inglesas e holandesas atacaram em quadrilhas de bandidos os nossos caminhos marítimos.
O porto de Viana estava permanentemente vigiado pelos corsários que atuavam de forma inexorável e Viana sofreu horrores. Mas, o mal maior foi a conquista da Bahia pelos holandeses. Lá possuía Viana uma espécie de sucursal da vila, devido aos engenhos de açúcar, das plantações e às casas comerciais que exportavam para Portugal o açúcar. Viana foi um grande empório deste produto que daqui era enviado para o norte da Europa. A perda da Bahia significava o colapso para Viana.
Porém, a vila vibrou intensamente aquando do envio de uma expedição punitiva, isto é, castigadora.
O padre Jesuíta Bartolomeu Guerreiro publicou, em 1625, em Lisboa um interessante livro de reportagem rigorosa para que se saiba o que na verdade passou da empresa da Bahia para a coroa de Portugal.
Nos preparativos da armada menciona Constantino de Magalhães, senhor da Ponte da Barca, que contribui com 500 cruzados e António Bravo de Távora, vianense, com 20 homens pagos à sua custa.
Cita-se agora, a naus que fizeram o empreendimento, entre outras: Nossa Senhora das Neves Maior, do capitão Gonçalo Lobo Barreto; Nossa Senhora da Boa Viagem, do capitão Bento do Rego Barbosa; navio S. Bom Homem, do capitão João Casado Jácome.
De destacar um ror de nobres que tomaram parte da armada.
Os holandeses entregaram-se por capitulação a 30 de Abril de 1625 depois da cidade sofrer cerco e suportar assaltos, em que a gente de Viana particularmente se distinguiu por estar mais empenhada pelo coração e pelos haveres.
Referência: Arquivo do Alto Minho, vol.4, pág. 193 a 197 – Araújo, José Rosa