Seleção de futsal de padres vai à Roménia reclamar o sexto título na Clerigus Cup

Depois de ter alcançado o terceiro lugar em 2020, a seleção portuguesa do clero vai à Roménia reclamar o sexto título no Europeu de futsal para padres católicos, competição que se tem revelado uma “experiência enriquecedora”.

É no Seminário de Vila Real que, em dia de treino, os párocos se reúnem para momentos de convívio antes da entrada em ‘campo’. Das cartas ao ‘ping pong’, reina a descontração e o bom humor, naquele que é o grupo mais representativo da seleção portuguesa de futsal do clero.

“Além de padres, somos homens e precisamos de conviver e de fazer desporto. O futsal também nos une e congrega”, vincou Ivo Coelho.

Em declarações à Lusa, garante que os padres lusos vão à Roménia para vencer. “Em 2020, queríamos ter conseguido igualar a Polónia em títulos. Tinha-nos dado gozo consegui-lo, mas vamos, agora, tentar ganhar o sexto título”, vincou.

No último Europeu, na República Checa, a ‘turma’ portuguesa alcançou o terceiro lugar da competição, após ter perdido nas grandes penalidades frente à Bósnia (4-3).

Agora, na Roménia, com a Albânia, a Croácia e o Cazaquistão no grupo de Portugal, Ivo Coelho prevê encontrar “as dificuldades de sempre”, frisando que “há cada vez mais preparação”.

Porém, acima de tudo, considera o campeonato “uma experiência enriquecedora” e “muito gratificante a nível humano”, opinião partilhada também por Marco Amaro.
“É um encontro com colegas com outros desafios e, nesta altura, estamos recetivos àquilo que vai ser o dizer e o sentir dos países de leste, que estão mais próximos da guerra [na Ucrânia]”, reiterou.

Quanto à competição, o guarda-redes disse estar “animado” e “preparado”, ainda que “dois anos de paragem” criem “alguma incerteza” face à performance das restantes seleções.

“Quem nos tem dado mais trabalho é a Polónia, mas a Bósnia também tem estado forte. Tudo depende de como a equipa se irá portar. Uma boa defesa faz um bom guarda-redes”, alertou.

Na frente de ataque, André Meireles, cujo hat-trick na final de 2019, em Montenegro, ‘carimbou’ o quarto título consecutivo dos portugueses, garante que, apesar do “desafio grande” que é um Europeu, tem a ‘pontaria’ afinada.

“Vou em busca de golos para [alcançar] esta nossa missão do sexto título. Estamos todos focados nisto, cada um com a sua vocação e com o seu contributo”, completou.
O jovem pároco Miguel Santos partilha da mesma confiança e quer “vencer a final” naquela que será a sua estreia nestas ‘andanças’.

“Quando entramos em campo, é sempre para ganhar. Dizem que aquilo é um bocadinho difícil, mas nós também não somos fáceis”, brincou.

A acompanhar o treino “precisamente” onde tudo começou, António Areias, ‘velha glória’ da seleção e grande impulsionador da prática de futsal na diocese, destacou a importância de criar “memórias que ficam para sempre”, em especial através da “partilha com os colegas sacerdotes”.

Quanto a prognósticos, ainda que a Polónia e a Croácia tenham “atletas muito bons”, acredita na vitória da seleção portuguesa, uma vez que “os padres novos têm muita força de vontade e muita habilidade para o futsal”, concluiu.

A prova, criada em 2003 e denominada como Clerigus Cup, realiza-se entre 13 e 17 de fevereiro na Roménia e conta com um total de 15 seleções inscritas.

A equipa nacional junta 14 párocos de diferentes dioceses do país, como Braga, Porto, Viana do Castelo e Vila Real, que irão disputar o Europeu de ‘quinas’ ao peito, com equipamentos oferecidos pela Federação Portuguesa de Futebol em 2020.

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